MATERNIDADE

Crônica da cidade: Um chá para curar todo o mal

Com aquele amor que só a maternidade concede, ela preparou um chá. Sim, água quente e um sachê com ervas

Mariana Niederauer
postado em 07/10/2022 00:01 / atualizado em 07/10/2022 16:05
 (crédito: Gaelle Marcel on Unsplash)
(crédito: Gaelle Marcel on Unsplash)

Colo de mãe não tem igual. Já falei sobre isso em outra crônica por aqui, a partir de experiências com as pequenas em casa. Mesmo aflito, cansado, exausto ou triste, é o meu colo que aplaca com mais eficiência o choro, a dor e o sofrimento dos momentos de pesadelo, de doença ou de frustração. Imagino que todos nós passemos por períodos assim, mas quando se tem menos de cinco anos de vida, uma emoção que pode parecer simples se torna um turbilhão dentro de um corpo minúsculo e em formação.

Fui relembrada sobre esse poder há poucos dias. Conversava com um colega de trabalho sobre como tinham sido os últimos dias. A pressão da cobertura eleitoral deixou a todos cansados, apesar da sensação de dever cumprido ao final do primeiro turno. Ele confidenciou que as coisas não andavam muito bem, que um mal-estar o levou à emergência para tratar uma sinusite. Saiu do consultório com uma lista de remédios, esperançoso de logo sentir-se melhor e mais disposto. Não foi o que aconteceu.

Apesar de os sintomas terem diminuído e uma leve melhora percebida, ele sentia que faltava muito mais para recobrar o ânimo de antes de ser acometido pela enfermidade. Aproveitou, então, que estava de folga após um fim de semana de plantão e resolveu ir à casa da mãe para um merecido descanso. Com aquele amor que só a maternidade concede, ela preparou um chá. Sim, água quente e um sachê com ervas. Lá em casa também adiciono um pouco de mel e algumas gotinhas de própolis.

Para surpresa dele no dia e da interlocutora, essa que vos fala, na data seguinte, a melhora foi quase que instantânea. Vários medicamentos potentes prescritos por um profissional qualificado e experiente não foram páreo para um chá na casa da mãe. Certamente não foi culpa do médico, que ofereceu o melhor tratamento disponível nas prateleiras das farmácias. Mas há aquele bem-estar que só o afago de uma pessoa querida, em especial uma mãe, pode gerar.

Fico com as palavras sábias de Mario Quintana: "Mãe! São três letras apenas / As desse nome bendito: / Três letrinhas, nada mais… / E nelas cabe o Infinito / E palavra tão pequena / - confessam mesmo os ateus - / É do tamanho do Céu! / E apenas menor que Deus…"

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