O pai que matou o próprio filho — de dois meses de idade — após arremessar um celular em sua direção, foi preso pela Polícia Civil de Goiás (PCGO). Segundo a corporação, o mandado foi cumprido nessa quarta-feira (5/10) por conta da lei que impede o cidadão de ser preso até 48 horas depois do encerramento da eleição.
O mandado de prisão foi expedido por solicitação da titular da 1ª DP (Valparaíso de Goiás) Wally Samya Nogueira, que atende a ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade. “Por meio de sua equipe policial, de imediato, (a delegada) requisitou as perícias necessárias, colheu o depoimento da genitora do menor e fez investigação de campo”, destacou a Deam, em nota.
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Depois de analisar o caso de forma preliminar e visualizar o estado da criança ao ser encaminhada ao hospital, a delegada concluiu que a versão dada pelo pai não seria verídica, "visto que quem colocou a vítima no quarto e também arremessou o celular foi o próprio autor, o qual tinha consciência e vontade de atingir o bebê”.
Segundo a nota da Deam de Valparaíso, no mesmo dia do incidente, e antes da morte, já havia a conclusão de que a criança foi vítima de violência doméstica e familiar, sendo necessária a aplicação de medidas de proteção, assim como de prisão preventiva do agressor, além de novas buscas e apreensões no local do fato.
De acordo com as investigações, tudo correu em sigilo, até mesmo a representação do Poder Judiciário contra o autor. Em razão do Código Eleitoral, que proíbe a prisão de eleitores até dois dias depois do encerramento do pleito, o mandado só pôde ser cumprido nessa quarta-feira (5/10) — quando o autor foi prestar depoimento na Deam. Ele foi encaminhado ao presídio municipal de Valparaíso, onde está à disposição da Justiça.
Na residência do casal, foram apreendidos outros celulares quebrados, assim como a coberta da cama usada no dia do crime, que estaria totalmente perfurada nos pontos em que havia sangue da vítima, segundo a PCGO. Após ser chamada para depor novamente, a mãe do bebê informou que foi o quarto celular quebrado pelo companheiro. Foi ela quem retirou o aparelho de cima do corpo da criança.
Relembre o caso
O bebê, que morreu em 1º de outubro, deu entrada no Hospital Regional de Santa Maria-DF na madrugada do dia anterior. A equipe de plantão acionou a Polícia Militar e informou que o menino chegou à unidade levado pelos pais e apresentava um corte profundo no rosto. Segundo registro da PM, feito no dia do crime, o casal argumentou que estava discutindo quando o homem jogou o objeto na esposa e acabou machucando o filho.
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