"O DF me escolheu. Eu não seria candidata", afirma Damares Alves

Vitoriosa na corrida pelo Senado no DF, Damares Alves contou, em entrevista ao CB. Poder, que dará prioridade à reestruturação de carreiras como as da polícia, dos professores e dos médicos. Afirmou ainda que vai investigar os ministros do STF

Naum Giló

postado em 03/10/2022 16:07 / atualizado em 03/10/2022 16:21

(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Eleita com 44,98% dos votos válidos do Distrito Federal para o Senado, Damares Alves participou do CB. Poder - parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília - na tarde desta segunda-feira (3/10), em entrevista comandada pela jornalista Ana Maria Campos. Na conversa, a ex-ministra e futura senadora falou, entre outros assuntos, dos focos do seu mandato no Congresso Nacional e do desempenho do seu partido, Republicanos, nas eleições de 2022. Além de Damares, o DF elegeu três deputados federais e um distrital da legenda no domingo (2/10), resultado que a ex-ministra classificou como “espetacular”.

Ana Maria Campos perguntou o motivo da escolha do DF para a sua candidatura, tendo em vista que a capital federal já tinha uma candidata da base do governo. “O DF me escolheu. Eu não seria candidata. Foi quando a imprensa divulgou que eu tinha mudado o meu domicílio para cá e que eu seria candidata e a receptividade foi muito boa. Então decidi ficar por aqui”, revelou.

As pesquisas de intenção de voto mostraram, ao longo de boa parte da campanha eleitoral, Damares atrás de Flávia Arruda na corrida ao Senado Federal. Na entrevista, ela contou que o seu trabalho junto às igrejas foi de grande ajuda para que fosse vitoriosa. “Eu sabia que seria eleita e que o DF estava em busca de uma nova política de ideias e propostas, o que precisamos e podemos fazer, sem mentiras e conchavos. (Não) prometi emprego para ninguém e nem acordo com nenhum segmento”, ressaltou.

A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos destacou que, como senadora, vai priorizar a reestruturação e o fortalecimento de carreiras como as da polícia, dos professores e dos médicos, sem o “toma cá, dá lá”. Damares também garantiu que será uma “ajudadora” de um eventual segundo mandato de Bolsonaro no combate à corrupção. Sobre a sua adversária nas eleições, Flávia Arruda, a futura senadora disse que não guarda mágoas. “Em todas as entrevistas, não tem uma fala minha dizendo qualquer coisa negativa sobre ela. Eu acredito no potencial político dela. Do marido eu quero distância. A Flávia aprendeu a ser uma líder política, sabe articular. Creio que ela ainda vai ter uma carreira brilhante e que não vai precisar da sombra do marido. Ela pode vir para o meu gabinete para a gente trabalhar juntas”, afirmou.

Durante a entrevista, Damares também revelou que não tem intenção de voltar ao ministério, caso Jair Bolsonaro seja reeleito e a convide para o cargo. Ela disse que quer participar da implementação de reformas importantes, como a do Código Penal, como senadora. O posto de governadora do DF também não está nos seus planos. “Não tenho mais idade para isso. Ser gestor é muito difícil”, avaliou. A ex-ministra prometeu investigar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu não vou para o Senado abrir uma guerra contra o STF. Mas, quando um servidor público comete um erro, ele é exonerado. Se é um parlamentar, é cassado. Quando é um presidente, ele é impeachmado. Um ministro do STF não pode ser investigado?”, questionou.

Perguntada sobre uma aproximação com Sérgio Moro, eleito senador pelo Paraná, Damares respondeu que, com ela, é possível, mas com Bolsonaro é muito difícil. “Moro mentiu sobre o presidente. Foi vil e cruel com ele”, declarou.