Pesquisa Correio/Opinião indica que a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF) mantém, na consulta estimulada, a liderança na disputa ao Senado. Mas a candidata Damares Alves (Republicanos) encostou. Flávia perdeu quase 4 pontos percentuais em relação à rodada anterior, divulgada em cinco de setembro. Ela está com 31,6% das intenções de votos. Há 20 dias, a ex-ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República tinha 35,4%.
Também ex-ministra do presidente Bolsonaro, Damares cresceu mais de 10 pontos percentuais. Ela estava com 15,4% e agora soma 25,6%. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa Correio/Opinião foi a campo entre 22 e 24 de setembro.
A candidata Rosilene Corrêa (PT), da federação PT-PV-PCdoB, está com 7,5%. Na rodada anterior, estava com 7,1%. O ex-presidente da Câmara Legislativa Joe Valle (PDT) mantém os mesmos 2,7%.
O candidato Pedro Ivo Mandato Coletivo (Rede), da federação PSol-Rede, está com 1,4%. Ele tinha tem 2,4%. O Tenente-coronel Souza Júnior (DC) tinha 1,6% e agora aparece com 0,9%.
O desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) Carlos Rodrigues tem 0,4%. Na rodada anterior, ele tinha 0,7%. Elcimara (PSTU) tinha 0,5% e agora, 0,4%. Marcelo Hipólito (PTB) agora tem 0,9%. Antes tinha 0,5%. Expedito Mendonça (PCO) aparecia com 0,2% e agora está com 0,6%.
Entre os entrevistados, 19,7% disseram que vão votar em branco ou nulo e 8,2% não souberam avaliar. Na rodada anterior, eram 20,8% e 10,8%, respectivamente.
Espontânea
Na consulta espontânea, em que os entrevistados dizem o nome que está em sua cabeça, a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) aparece em primeiro lugar. Ela somou 16,8%. Flávia Arruda (PL) tem 15,3% das intenções de votos.
Em seguida, aparecem Rosilene Corrêa (PT), com 5,2%, e Joe Valle (PDT), com 0,7%. Outros políticos que não estão na disputa ao Senado foram citados pelos entrevistados, como Paulo Octávio (PSD), com 0,4%; José Roberto Arruda (PL), com 0,3%; Leila do Vôlei (PDT), com 0,2%; e Izalci Lucas (PSDB), com 0,2%.
Entre os entrevistados, 47,5% não souberam avaliar e 11,7% disseram que não vão votar em ninguém ou preferem votar em branco ou nulo.
Decisão de voto
Damares Alves também aparece à frente no quesito voto consolidado. Entre seus eleitores, 71,9% disseram que estão decididos e não pretendem mudar o voto. No caso de Flávia Arruda, o percentual dos que estão totalmente decididos é de 51,3%. Ou seja, pelo menos metade dos eleitores seguirão com a candidata do PL até as urnas.
Os votos de Rosilene Corrêa também estão firmes. Entre os eleitores da candidata da federação PT-PV-PCdoB, 71,7% afirmam que tomaram a decisão de votar em Rosilene e não pretendem mudar esse rumo. Em relação aos eleitores de Joe Valle, o percentual dos que estão seguros com a escolha é de 54,4%.
No geral, na corrida ao Senado, 46,3% dos eleitores disseram que já se decidiram e não pretendem mudar o voto; 32,3% afirmaram que ainda estão indecisos sobre o candidato ou candidata. Outros 17,9% sustentam que estão em dúvida e podem alterar a posição. Outros 3,5% não souberam avaliar.
66% têm interesse nas eleições do DF
A uma semana das eleições, o interesse total dos eleitores do Distrito Federal no pleito de outubro de 2022 é elevado: 40,6% se dizem muito interessados e 25,4% têm interesse razoável. Apenas 16,6% não estão nem aí; outros 17,1% têm pouco interesse.
A pesquisa Correio/Opinião verificou que 66% dos eleitores estão de alguma forma de olho na disputa dos candidatos à Presidência da República, governo, Senado, à Câmara dos Deputados e à Câmara Legislativa.
O interesse manteve-se no mesmo patamar da rodada anterior da pesquisa Correio/Opinião, quando 65,1% dos eleitores estavam ligados nos debates sobre a campanha eleitoral. Publicada em cinco de setembro, a pesquisa anterior mostrava que 37,7% estavam muito interessados e 27,4% com interesse médio, sendo 18,2% com nenhum interesse e 15,7% com pouco interesse.
Nota técnica
Pesquisa registrada no TSE sob o número DF-09779/2022, encomendada pelo Correio Braziliense. Correio/Opinião foi a campo entre 22 e 24 de setembro, com 1.099 entrevistas presenciais. A margem de erro estimada é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%.
Cinco perguntas para: Alexandre Garcia - CEO do grupo Opinião
A uma semana das eleições, qual é a principal conclusão dessa rodada da pesquisa Correio/Opinião?
As eleições para governador do Distrito Federal estão bem encaminhadas para Ibaneis. Isso fica comprovado quando a gente testa todos os cenários de segundo turno e ele sai em grande vantagem contra todos os oponentes. Mesmo assim, a sensação que a gente tem é de que haverá segundo turno, com uma possibilidade de Ibaneis ser eleito no primeiro. Mas tudo indica que não vai acontecer, como deve acontecer no cenário nacional, a questão de migração de votos. As pessoas estão bem conectadas com seus candidatos. Então, dificilmente haverá isso no cenário para governador. A nossa aposta é de segundo turno, mas está muito no limite.
A chance de segundo turno para o governo aumentou. É uma tendência?
Ibaneis está oscilando entre 49%, 51%, 52%, na margem de erro, entre os votos válidos. A nossa aposta, olhando para a perspectiva de crescimento dos outros candidatos, é de que Ibaneis vai ter que ir para o segundo turno, possivelmente com o Paulo Octávio. Vimos algumas pesquisas que colocam Leandro Grass no segundo turno, mas a gente não acredita que esse seja o cenário atual. Mas, de toda forma, Leandro Grass vem numa ascendente. Na série histórica de pesquisas, a gente o vê ocupando espaço semana a semana. Se ele seguir nessa perspectiva, tem chance de ser o candidato para o segundo turno. Mas ele teria que ganhar três pontos percentuais e em nenhuma dessas semanas ele cresceu três pontos percentuais de uma vez. Então, está entre os dois. Não acreditamos que os demais candidatos deverão alterar muito.
Em segundo lugar, Paulo Octávio, Leandro Grass e Leila aparecem tecnicamente empatados. Quem está em vantagem?
Na nossa avaliação, Paulo Octávio está em vantagem em relação aos três, mas a gente acredita que o Leandro Grass tem um poder de crescimento nessa reta final e pode tomar o segundo lugar do Paulo Octávio, aumentando as chances de haver segundo turno. A gente sabe que uma boa parcela do eleitorado ainda não conhece o Leandro Grass, mas ele tem o Lula a seu lado e isso pode trazer alguns votos.
No caso do Senado, Damares tem chance de derrotar Flávia Arruda?
Para o Senado, a gente tem visto um comportamento bem interessante. A Damares, no nosso primeiro levantamento, aparecia com 10% e, a cada semana, ela conquistava de 4% a 5% do eleitorado. E ela vem mantendo essa sequência de crescimento já há quatro semanas. Ela saiu de 10% para 15%, depois para 20% e agora passou dos 25%. A gente acredita que a Damares vai ganhando votos à medida que ela vai se tornando mais conhecida porque ela ainda tem um nível de desconhecimento alto entre o eleitor. A gente sabe que, tirando as questões de presidente e governador, em que as pessoas têm o voto encaminhado, para senador, deputado federal e distrital, decide-se na última semana. Leva-se muito em conta as relações pessoais, familiares. Então, isso aí pode sofrer ainda alguma alteração. A gente acredita que não é uma eleição decidida. As duas candidatas têm chances de votos. A Flavia começou num patamar mais alto e vem perdendo votos à medida em que a campanha vai caminhando e a Damares vem numa crescente. Então, acredito que tanto uma quanto a outra pode levar essa eleição para o Senado.
Teremos um suspense até dois de outubro?
Sim. Há chance de crescimento do Leandro Grass e de a Damares Alves desbancar a Flávia Arruda. Será uma semana agitada para nossos candidatos.
E no cenário nacional, o que se destaca?
O recorte do cenário nacional no DF mostra o presidente Bolsonaro bastante consolidado, com mais de 40% das intenções de votos. Lula tem em torno de 30% das intenções de votos. Então, acredito que, em Brasília, Bolsonaro vai levar com alguma folga. Agora para o cenário nacional é uma grande incógnita. Temos acompanhado pesquisas com metodologias distintas. Pesquisas por telefone têm resultados mais favoráveis para Bolsonaro. Se eu analisar pela perspectiva das pesquisas por telefone, Bolsonaro poderia até levar no primeiro turno. Se eu analisar na perspectiva das pesquisas presenciais, o Lula poderia levar no primeiro turno. Enfim, vai ser uma grande batalha, imprevisível. Não dá para saber o que vai acontecer. A nossa aposta é de que haverá segundo turno para presidente da República. Mas está bem difícil de cravar. Vimos especialistas que têm analisado os dados de pesquisa e acertaram em eleições em outros países e mesmo esses não têm a resposta. É um cenário absolutamente dividido e qualquer um dos dois pode levar essa eleição.