Integrantes do Comando Vermelho detidos na Penitenciária de Rondonópolis, no Mato Grosso, foram alvos de uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Os criminosos são acusados de integrar uma associação criminosa responsável por extorsões praticadas contra familiares de pacientes internados nos hospitais particulares da capital federal. Na manhã desta quarta-feira (21/9), policiais civis da 19ª DP (P Norte) cumpriram três mandados de busca e apreensão nas cidades de Várzea Grande e Rondonópolis.
As investigações começaram em junho, depois que parentes de pacientes internados num hospital particular de Ceilândia receberam ligações de um suposto médico, o qual detinha os dados dos pacientes e exigia dinheiro para realizar "procedimentos de urgência", que teriam sido negados pelos planos de saúde.
Ao longo das apurações, a polícia conseguiu identificar que o grupo criminoso era liderado por um preso da Penitenciária de Rondonópolis, que contava com o apoio de familiares e laranjas, responsáveis por emprestar contas bancárias para o recebimento dos valores. "A investigação constatou que os autores realizaram diversas ligações diretamente para os quartos dos pacientes e com base em técnicas de engenharia social conseguiram extrair dos pacientes os dados de seus familiares para que pudessem aplicar os golpes", detalhou o delegado-adjunto da 19ª DP, Thiago Boeing.
Além do golpe do falso médico, os presidiários também clonavam o anúncio de veículos em sites da internet, causando prejuízos a vítimas de diversos estados da federação.
Nas busca na Penitenciária de Mata Grande em Rondonópolis foram apreendidas anotações relacionados ao Comando Vermelho, a qual os investigados são filiados e levava parte dos lucros dos golpes. A polícia também apreendeu celulares utilizados pelos autores e documentos que serão analisados para identificação da participação de cada um dos envolvidos.
Ao término da investigação, os autores poderão responder pelos crimes de extorsão, estelionato, associação criminosa e lavagem de capitais.