O delator da Caixa de Pandora, Durval Barbosa Rodrigues, 70 anos, foi esfaqueado dentro de casa na tarde desta segunda-feira (19/9), na 114 Sul. Neste momento, policiais civis da 1ª DP (Asa Sul) colhem depoimentos. O estado de saúde do ex-delegado é considerado estável.
Segundo o delegado-adjunto da 1ª DP, Maurício Iacozzilli, Durval levou uma facada na barriga. Inicialmente, a Polícia Militar foi acionada pelo próprio delator. Quando militares chegaram na casa, encontraram a mulher de Durval com marcas pelo corpo que indicavam que o casal havia entrado em luta corporal.
À polícia, Fernanda contou que faz uso de medicamentos e, para se defender, desferiu um golpe de facada no abdômen do marido. O Corpo Militar de Bombeiros foi acionado e conduziu Durval ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde está internado.
Operação Caixa de Pandora
Durval Barbosa já atuou como delegado da Polícia Civil do Distrito Federal e como secretário de Relações Institucionais do DF durante as gestões de Joaquim Roriz e de José Roberto Arruda (PL).
Ele tornou-se conhecido em todo país durante a Operação Caixa de Pandora, em 2009, ao denunciar José Roberto Arruda e outros membros do governo, no que ficou conhecido como Mensalão do DEM. Ele foi um dos pioneiros na delação premiada, e em setembro de 2009, confessou para os investigadores que participada de um esquema de distribuição de dinheiro desde a época da gestão Roriz.
Durval entregou à Justiça 31 vídeos, gravados no gabinete dele, em que políticos aparecem recebendo propinas, e as carregando em malas, meias e até na cueca. Uma das gravações mais emblemáticas mostra o então governador Arruda recebendo pacotes de dinheiro, cerca de R$ 50 mil, das mãos do próprio Durval — o que levou o ex-governador a ser preso e afastado do cargo.
As delações atingiram ainda quatro deputados distritais e a federal Jaqueline Roriz, filha do ex-governador do DF. Ao Ministério Público, Durval disse que fez repasses entre R$ 30 mil e R$ 50 mil para Jaqueline Roriz.
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