O Tribunal do Júri de Brasília condenou uma médica pediatra pelo homicídio do filho, de 3 anos, cometido em 2018. As investigações apontam que a mulher administrou uma overdose de medicação e utilizou um instrumento cortante para perfurar a região inguinal, o que causou lesões na artéria femoral do menino. O julgamento foi realizado nesta terça-feira (6/9).
O conselho de sentença reconheceu a semi-imputabilidade da médica e a condenou a 12 anos de prisão, substituídos por medida de segurança de internação. O crime foi avaliado, segundo a qualificadora do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), de uso de meio cruel.
Um primeiro julgamento chegou a ser realizado ainda em outubro de 2021, mas foi anulado por haver mais de uma versão sobre os fatos plausíveis sobre o ocorrido.
Relembre o caso
O crime ocorreu em 27 de junho de 2018, por volta das 17h, na casa da vítima, na 210 Sul. Após efetuar os cortes na criança, a médica saiu correndo ensanguentada pelas escadas do prédio e foi impedida de ir embora pelo porteiro.
A defesa da pediatra, na época, defendeu que a mulher era inimputável, pois sofre de transtornos psiquiátricos e no momento do crime estava com a capacidade de discernimento alterada. Após matar o filho, a médica tentou tirar a própria vida e foi encontrada com cortes no pescoço e nos punhos. A mulher foi internada na ala psiquiátrica do Hospital de Base.
A acusada trabalhava como médica no Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib), no Hospital de Base e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No dia do crime, ela ligou para o ex-companheiro e pai da criança pedindo perdão e dizendo que queria engolir um bisturi. O homem deu depoimento à Justiça afirmando que a mulher era uma mãe cuidadosa, mas sofria com transtornos psiquiátricos.