Entrevista

'Uma das grandes surpresas foi o crescimento do Bolsonaro no DF', diz CEO do grupo Opinião

Alexandre Garcia, CEO do Opinião, comenta os principais pontos da pesquisa eleitoral no DF divulgada pelo Correio

O CEO do grupo Opinião, Alexandre Garcia comenta os principais pontos da pesquisa encomendada pelo Correio ao instituto. Entre os pontos destacados por Garcia estão o distanciamento de Ibaneis Rocha (MDB) na corrida pelo Buriti, o crescimento de Damares Alves (Republicanos) na briga por uma cadeira no Senado e a virada de Bolsonaro (PL), que agora aparece na frente de Lula (PT) na preferência do eleitor do DF. Confira a entrevista!

Cinco perguntas // Alexandre Garcia, CEO do Opinião

Qual é o ponto de destaque desta rodada da pesquisa Correio/Opinião em relação ao Governo do Distrito Federal?

O grande destaque é a consolidação do Ibaneis, bem à frente dos outros candidatos. A expectativa de crescimento do Paulo Octávio ainda não se concretizou. Em estudos qualitativos que estamos fazendo, em outros contextos, tínhamos percebido um crescimento espontâneo do Paulo Octávio, mas isso não se reverteu em votos. Então, essa é uma surpresa.

Há chance de ter segundo turno?

A continuar o cenário como está não teremos segundo turno. Ibaneis levará no primeiro. Mas Paulo Octávio tem potencial para crescer, ou a Leila (Barros). Mas ela ainda não conseguiu emplacar. A senadora vem com os mesmos 9% e não passou disso. Há algumas semanas, temos verificado isso. Não temos visto ainda uma postura aguerrida do Paulo Octávio. Não estamos percebendo a campanha dele em campo, na rua. Mantendo-se assim a chance de segundo turno é mínima.

E em relação ao Senado? Flávia Arruda lidera. Está consolidada ou pode haver ainda uma virada?

Para o Senado, acho que existe um cenário um pouquinho diferente. A Flávia está bem, consolidada com um terço do eleitorado, mas a Damares cresceu. Ela subiu de 10% para 15% de intenções de votos. Há que se analisar as próximas semanas para ver como o eleitor da Damares vai se comportar. Ela é bastante desconhecida. A Flávia já tem um recall forte principalmente por causa do Arruda, mas se Damares continuar conquistando eleitores, o cenário pode mudar.

Bolsonaro agora está à frente do Lula. Foi um crescimento real?

Para mim, uma das grandes surpresas foi o crescimento do Bolsonaro no Distrito Federal. Sabíamos que ele vinha crescendo e isso vinha sendo apontado em pesquisas de várias regiões do país, mas em Brasília o cenário estava bastante dividido. De repente, Bolsonaro deu uma escalada forte e Lula caiu. Para mim, isso é um resultado que chama muita atenção. É um dos grandes destaques desta edição. Outra coisa que chama a atenção é o crescimento da rejeição ao Lula e a redução da rejeição ao Bolsonaro. A campanha está na rua, os programas eleitorais e debates estão acontecendo e isso pode, de alguma forma, estar interferindo na opinião do eleitorado, que ficou mais favorável ao Bolsonaro.

Mesmo com vários pontos à frente de Ciro Gomes e Simone Tebet, Lula perde dos dois no segundo turno. A que se deve isso?

Justamente pelo aumento da rejeição ao Lula. Aparentemente o eleitor, ao vê-lo se posicionando frente às questões polêmicas, avalia que ele tem muita coisa para explicar, muita coisa para justificar. Tem também o posicionamento dos outros candidatos. Simone Tebet se saiu muito bem nos debates e os outros candidatos estão se tornando mais conhecidos.

Nota técnica
Pesquisa registrada no TSE sob o número DF-09523/2022, encomendada pelo Correio Braziliense. Correio/Opinião foi a campo entre 1 e 3 de setembro, com 1.105 entrevistas presenciais. A margem de erro estimada é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%.

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