Crime

Polícia investiga se estudante de medicina assediou mais crianças no DF

Investigado por estupro de vulnerável e divulgação de pornografia infantil pode ter feito mais duas vítimas no DF. A primeira foi um jovem de 12 anos, morador do Guará

Acusado de pedir “nudes” para menores de idade, o estudante de medicina, de 30 anos, preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), nessa quarta-feira (31/8), pode ter feito outras duas vítimas no capital. É o que investiga o delegado da 4ª DP (Guará 2) Guilherme Sousa Melo. Em junho de 2021, as investigações começaram quando a mãe de um menino, 12, morador do Guará, notou diversas conversas de cunho sexual com um indivíduo identificado como “SHERMAN” no celular dele. 

Reprodução - Pedófilo mantinha conversas com as vítimas por meio do WhatsApp

Investigado por estupro de vulnerável e por divulgação e consumo de pornografia infantil, o suspeito foi detido em Barra do Garças (MT). Além da prisão preventiva, também foi efetuado uma mandado de busca e apreensão na casa do suspeito, localizada na cidade matogrossense.

Ao analisar as conversas, a mãe viu que eles começaram o bate-papo no mês anterior, durante os jogos on-line dos quais o filho participava. Nas conversas, feitas pelos chats do jogo Mine Craft e pelo aplicativo WhatsApp, o menor era aliciado pelo pedófilo a enviar fotos nuas e em posições sensuais, ao mesmo tempo que recebia vídeos e fotografias pornográficas do preso.

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Em janeiro de 2021, o suspeito deixou o país antes de ser preso, e fugiu para a Bolívia, desfazendo-se de celulares e computadores. Ele estuda medicina na Bolívia e havia retornado ao Brasil para um procedimento médico. A 4ª DP concluiu que dados dos equipamentos eletrônicos revelam indícios do envios de arquivos a moradores da Bélgica e da Bolívia. Na operação, foram apreendidos o celular do autor e um computador.

“O jogo era a isca que ele usava para poder se aproximar dos menores de idade, conquistar a confiança e pedir os vídeos”, explica o delegado Guilherme Sousa Melo. Assim que conquistava a confiança das crianças, o suspeito fornecia um número de celular registrado em nome de terceiros e passava a enviar e receber os vídeos.

Ocultação da identidade nos jogos

Atuando nas plataformas de jogos, a Polícia Civil descobriu que o autor usava diversas linhas telefônicas registradas em outros nomes, sendo uma da própria mãe. Alguns dos diálogos foram extraídos do computador da sede da empresa em que ele trabalhava, localizada em Barra do Garças-MT. Na mesma cidade, havia registros de localização enviados pelo autor a um dos menores, quando o convidava para fazer sexo. Se condenado, o investigado pode levar de três a 15 anos de prisão.

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Orientações aos pais e responsáveis

Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Juventude na Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF), Charles Bicca orienta aos pais que a regra de não conversar com estranhos, tanto na rua como na internet, ainda vale para os menores de idade. "Esses abusadores sempre usam perfil falso, de acordo com o perfil da vítima. Então, se precisarem se passar por uma criança, vão se passar nas redes sociais e em jogos on-line", destaca.

Charles alerta para os pais ficarem atentos para proibirem os filhos de enviarem fotografias ou vídeos para desconhecidos e se atentarem quanto aos aplicativos instalados no celular dos menores. "O mais importante é a relação de confiança com essa criança, sempre com a supervisão de um adulto para saber o que esse menor está acessando. Se ocorrer o abuso, é explicar o que está acontecendo, acolher a criança, fazer o print da conversa e denunciar”, aconselha.

Reprodução - Pedófilo conversava com as vítimas pelo WhatsApp
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