Debate da Rede Globo

Questionado sobre ‘ideologia de gênero’, Grass diz que termo é "alucinação"

O candidato do PTB perguntou se o deputado distrital apoia a "ideologia de gênero nas escolas públicas". Grass disse que o termo foi inventado para "botar medo" e "desvirtuar debate político"

Pedro Grigori
postado em 28/09/2022 00:56
Coronel Moreno e Leandro Grass durante debate na Rede Globo.  -  (crédito: Reprodução/Rede Globo)
Coronel Moreno e Leandro Grass durante debate na Rede Globo. - (crédito: Reprodução/Rede Globo)

O termo “ideologia de gênero” apareceu no debate entre os candidatos ao governo do Distrito Federal realizado pela Rede Globo, nesta terça-feira (27/9). Coronel Moreno (PTB) questionou se Leandro Grass (PV) apoiava a “ideologia de gênero nas escolas públicas”, e acabou rebatido pelo deputado distrital, que é professor.

“O senhor é professor, e o senhor mais a candidata Keka defende um ex-presidiário que impregnou as escolas públicas do nosso país com ideologia de gênero. O senhor é contra ou a favor a ideologia de gênero?”, perguntou o coronel.

Grass retrucou: “O que é ideologia de gênero? Onde está escrito isso, onde o senhor leu?”, enquanto Coronel Moreno respondia com “nossas crianças, nossas crianças”.

“Ideologia de gênero! Você sabe muito bem o que é. Trazer pras nossas crianças o trato sexual, a ideologia de gênero. Você sabe muito bem o que é isso e gostaria que você respondesse se é a favor ou contra”, respondeu o candidato do PTB.

Grass respondeu que o termo “ideologia de gênero” não consta “em nenhuma literatura pedagógica educacional”. “Sou professor, sou pesquisador em educação. Estou há 17 anos na educação. Isso que inventaram, chamada de ‘ideologia de gênero’, significa um terror, significa uma grande ameaça na cabeça das famílias que acham que foi inventado na campanha de 2018, que os professores doutrinavam os estudantes, que eles são capazes de influenciar a orientação e identidade sexual de alguém. Não são escolhas, ninguém escolhe orientação e identidade sexual”, respondeu.

“Me desculpe, mas isso é uma viagem”, continuou Grass. “Uma alucinação de determinados sujeitos que saem espalhando esse tipo de coisa para botar medo, para desvirtuar o debate eleitoral”, completou.

No restante do tempo da pergunta, Grass aproveitou para defender os professores e a educação pública. “Precisamos de mais professores nas escolas, de educação integral, esporte, ciência, tecnologia. A gente também precisa de formação de professores, a gente tem que reconhecer os professores, não ficar criminalizando os professores. Isso (ideologia de gênero) é uma cortina de fumaça. Me desculpe, esse debate já ficou para trás, já foi superado, já foi completamente desconstruído”, completou.



Debate da Globo



O último debate com os candidatos ao Governo do Distrito Federal (GDF) ocorre na noite desta terça-feira (27/9), nos estúdios da TV Globo, em Brasília. Foram convidados sete concorrentes: Coronel Moreno (PTB), Ibaneis Rocha (MDB), Izalci (PSDB), Keka Bagno (Psol), Leandro Grass (PT), Leila do Vôlei (PDT) e Paulo Octávio (PSD).

Composto por cinco blocos, o debate viabiliza o confronto direto entre os postulantes, sem perguntas de profissionais do veículo que o promove — como ocorreu nos últimos debates.

No primeiro e no terceiro blocos os candidatos poderão fazer perguntas de qualquer tema escolhido por eles; já no segundo e no quarto é preciso seguir temas determinados por sorteio feito no início de cada nova roda de perguntas.

Cada candidato poderá escolher a quem direcionar a pergunta, que deverá ser feita em até 30 segundos. A réplica terá um minuto. O concorrente que responder a questão deve dividir o tempo de três minutos entre a primeira resposta e a tréplica.

No último bloco, o quinto, cada concorrente poderá fazer a consideração final para o eleitor do DF.

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