O candidato à reeleição, governador Ibaneis Rocha (MDB), defendeu que casos de feminicídio não sejam divulgados pela imprensa. De acordo com o emedebista, a divulgação dos casos pode incentivar mais crimes semelhantes.
“Tenho um questionamento pessoal que eu espero que seja debatido em algum momento no Congresso Nacional, no que diz respeito a divulgação (de casos de feminicídio). Já temos o caso dos suicídios, que não são divulgados. Tenho pra mim, uma opinião pessoal, no sentido de que possamos ter o feminicídio não sendo divulgado, tenho para mim que incentiva essa questão do feminicídio”, disse.
A fala ocorreu durante o último debate entre candidatos ao governo do Distrito Federal, organizado e exibido pela Rede Globo, na noite desta terça-feira (27/9). Ibaneis foi questionado pela candidata do Psol, Keka Bagno, sobre casos de violência contra mulheres.
“Só no seu governo mais de 90 mulheres foram vítimas de feminicídios. Em 2019, enquanto a Secretaria da Mulher só existia no papel, o senhor teve coragem de dizer que era lamentável (casos de feminicídio), mas que as mulheres não denunciavam seus agressores, que elas não deveriam usar o transporte público e que a imprensa não deveria noticiar os crimes. O senhor não tem vergonha de culpar as mulheres pelas suas próprias mortes e apoiar o Bolsonaro, que cortou 90% do orçamento para política das mulheres?”, perguntou Keka.
Na resposta, Ibaneis também divulgou os feitos do governo dele em relação ao tema. “Criamos a Secretaria da Mulher no DF. Reabrimos a Casa da Mulher Brasileira na Ceilândia, incentivamos a nossa polícia a combater todos os crimes, fizemos um trabalho de excelência nessa área”, disse.
Keka criticou a fala de Ibaneis sobre não divulgar casos de feminicídio. “Comparar o suicídio com o feminicídio é uma grave violência contra as mulheres”, disse.
Mais tarde, o candidato falou sobre o assunto nas redes sociais. "Não comparo o crime do feminicídio ao ato de suicídio. Meu ponto pessoal é a divulgação dos casos. Acredito que a divulgação incentiva esse crime terrível. Mas, reafirmo, esta não é uma decisão para um governante e sim para ser discutida no Congresso Nacional", escreveu o perfil.
Não comparo o crime do feminicídio ao ato de suicídio. Meu ponto pessoal é a divulgação dos casos. Acredito que a divulgação incentiva esse crime terrível. Mas, reafirmo, esta não é uma decisão para um governante e sim para ser discutida no Congresso Nacional. #DebateNaGloboDF
— Ibaneis Oficial (@IbaneisOficial) September 28, 2022
Debate da Globo
O último debate com os candidatos ao Governo do Distrito Federal (GDF) ocorre na noite desta terça-feira (27/9), nos estúdios da TV Globo, em Brasília. Foram convidados sete concorrentes: Coronel Moreno (PTB), Ibaneis Rocha (MDB), Izalci (PSDB), Keka Bagno (Psol), Leandro Grass (PT), Leila do Vôlei (PDT) e Paulo Octávio (PSD).
Composto por cinco blocos, o debate viabiliza o confronto direto entre os postulantes, sem perguntas de profissionais do veículo que o promove — como ocorreu nos últimos debates.
No primeiro e no terceiro blocos os candidatos poderão fazer perguntas de qualquer tema escolhido por eles; já no segundo e no quarto é preciso seguir temas determinados por sorteio feito no início de cada nova roda de perguntas.
Cada candidato poderá escolher a quem direcionar a pergunta, que deverá ser feita em até 30 segundos. A réplica terá um minuto. O concorrente que responder a questão deve dividir o tempo de três minutos entre a primeira resposta e a tréplica.
No último bloco, o quinto, cada concorrente poderá fazer a consideração final para o eleitor do DF.
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