Com a escaleta — instrumento musical de sopro) na boca e peruca na cabeça, o ator Rodrigo Bittes, apresenta um neto que visita a casa da avó – vivida por Cristina Carvalhedo – para assistir à novela. O Lar Eurípedes, em Brazlândia, receberá em uma de suas muitas salas a peça Brincando Gerações, no sábado (1/10), que leva a arte do teatro aos abrigos do DF.
Rodrigo Brittes trabalha com teatro há 17 anos e escreveu a peça com o intuito de levar cultura a crianças carentes de Brasília. “É interessante porque elas nunca tiveram contato com teatro e como elas estabelecem relação com a peça, como elas interagem com os personagens”, conta
Brittes explica que sem o apoio da FAC (Fundo de Apoio a Cultura do DF), a peça nunca sairia do papel e seria assistida pelas crianças. “Somente com o fomento a gente consegue arcar com os custos de produção, remunerar os profissionais e levar essa festa do teatro para os abrigos”, diz.
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O Lar Eurípedes atende atualmente 26 crianças que esperam uma casa para viver ou se preparam para retornar à família. A psicóloga da casa, Isabella de Azevedo, afirma que com só com cortesias e ajuda de voluntários os acolhidos conseguem ir ao cinema ou ao teatro.“Somente pelo Lar e com a verba da parceira (com o GDF) a gente não conseguiria levar todas as crianças. São eventos muito caros”, lamenta.
A face de uma realidade
O retrato do Lar Eurípedes é o mesmo de outras casas de acolhimento do restante do país. Todas recebem desde bebês recém nascidos, até adolescentes de 18 anos prestes a irem embora. Dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) do Conselho Nacional de Justiça mostram mais de 30.695 crianças morando em unidades de acolhimento em todo o Brasil, 5.154 delas esperam serem adotadas.
Os números ainda revelam que entre essas crianças, 376 estão nos acolhidas no DF. Os abrigos brasilienses também tem cor: 300 têm a pele preta.
Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado
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