A seis dias do primeiro turno das eleições de 2022, as campanhas devem ficar mais agressivas atrás de votos no Distrito Federal. A pesquisa Correio/Opinião, divulgada nessa segunda-feira (26/9), questionou os eleitores sobre escolher o candidato de última hora e acerca da importância do horário eleitoral gratuito para tomar uma decisão. Enquanto 33,8% estavam dispostos a alterar o voto, 64% se mostraram decididos quanto aos nomes e 2,2% disseram não saber. Entre os brasilienses, 70,8% assistiram algum conteúdo veiculado pelos candidatos e 8,3% não acompanharam nenhum programa. Os que não assistiram nem pretendem ver somam 13,7%. Quem ainda não viu, mas quer, chega a 6,6%. Apenas 0,6% não soube avaliar.
O levantamento mostrou que a disputa pelo governo do DF deve ficar para o segundo turno, embora os adversários que se enfrentarão em 30 de outubro sigam indefinidos. O governador Ibaneis Rocha (MDB), que disputa a reeleição, acumulou 41,2%, seguido pelo nome do PSD, Paulo Octávio (13,2%). Leandro Grass (PV) e Leila do Vôlei (PDT) tiveram, cada, 10,1%. Como a margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, Paulo Octávio, Leandro e Leila estão tecnicamente empatados em segundo lugar.
Os resultados demonstram que o pleito ainda está acirrado, mas, de acordo com o cientista político André César, "o voto está consolidado, a maioria diz que não muda (a decisão). Isso é ruim para quem está atrás e bom para quem está na frente, porque a chance de mudança se reduz. Estamos na reta final e o quadro está claro". Quanto à audiência dos programas, André César também crê em estabilidade. "Não vai passar disso (70,8%), quer dizer, quem assistiu já assistiu. O programa eleitoral não vai ter mais nenhum efeito."
Para o especialista, o desempenho eleitoral de Leandro Grass — candidato que mais cresceu nas pesquisas — pouco se deve ao horário gratuito. Na pesquisa Correio/Opinião de 20 de agosto, antes da veiculação dos programas, o político do PV tinha 5,6% dos votos dos brasilienses, número que passou para 10,1%. "O crescimento de Grass foi marginal. A base dele é menor. Então, no limite, o horário eleitoral pouco afetou o quadro geral." No mesmo intervalo, Ibaneis saltou de 38,6% para 41,2%; Paulo Octávio passou de 11,2% para 13,2%; e Leila do Vôlei saiu de 8,1% para 10,1%.
Quando questionados a respeito dos desempenhos dos líderes da campanha presidencial, a maioria dos brasilienses elegeu o atual ocupante do Palácio do Planalto. Para 44,7%, o governo de Jair Bolsonaro (PL) foi melhor do que as gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre 2003 e 2009, ao passo que 40,9% escolheram o petista. Nenhum dos governos foi bom para 9,1% dos participantes e os dois foram bons presidentes para 2,1%. Outros 3,2% não souberam avaliar.
Os dados acompanham as intenções de voto para presidente na capital do país. Bolsonaro acumula 45% dos eleitores e Lula tem 30,3%. O candidato do PT chegou a liderar a corrida no DF: em 20 de agosto, ele tinha 39%, contra 36,7% do nome do PL. "Bolsonaro está presidente e as pessoas têm a memória de agora", sugere o cientista político André César. "Apesar de não liderar as pesquisas, à exceção do DF e poucos estados, ele tem essa vantagem, que é a memória mais fresca do eleitor."
Nota técnica
Pesquisa registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número DF-09779/2022, encomendada pelo Correio Braziliense. Correio/Opinião foi a campo entre 22 e 24 de setembro, com 1.099 entrevistas presenciais. A margem de erro estimada é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.
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