Agressão

PM dá soco e puxa mulher pelos cabelos durante briga em bar; veja

O caso aconteceu na noite de sexta-feira (23/9), em um bar de Samambaia Sul. Briga teria começado após outro policial militar ter chamado a esposa de um homem de "gostosa"

Pablo Giovanni*
Arthur de Souza
postado em 25/09/2022 20:29 / atualizado em 25/09/2022 20:42
Agressões iniciaram após outro policial chamar a vítima de
Agressões iniciaram após outro policial chamar a vítima de "gostosa" - (crédito: material cedido ao Correio)

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra dois policiais militares envolvidos em uma confusão generalizada dentro de um bar, em Samambaia Sul. A filmagem foi capturada por uma frequentadora do estabelecimento, e ocorreu no início da noite da última sexta-feira (23/9), durante o jogo da seleção brasileira. O momento em que o policial puxa o cabelo e agride o rosto da mulher está no começo da filmagem. Veja:

O tumulto começou quando um policial militar, que estava sem farda e ainda não foi identificado (nas imagens com uma roupa cinza), chamou Karolayne Santana, 27 anos, de “gostosa”. O marido da vítima, Hugo Kaczan, 27, retrucou a atitude. Ambos entraram em discussão, momento em que Hugo deu dedo para o militar de cinza, que foi cobrar satisfação. Segundo testemunhas, as quais a reportagem conversou, ele estava visivelmente embriagado e sentado em uma mesa com outros policiais. Nas imagens, o policial de preto é quem aparece batendo na mulher.

“Estávamos no segundo andar, quando descemos para pagar a conta. Antes, como era meu aniversário, ela (Karolayne) foi fazer uma surpresa. Ela foi pegar o bolo, cantamos parabéns, e combinamos de comer em casa. No caminho da saída, ele (policial) chamou a minha esposa de ‘gostosa’. Retruquei ele, mas ele continuou. Dei dedo e começamos a discutir. Foi como tudo começou”, alega.

PMs estariam em serviço

Ao Correio, as vítimas relataram que os policiais estavam descaracterizados, mas em horário de trabalho. “Após o cara de cinza assediar a minha esposa, veio outro rapaz, de preto, que também é policial, me empurrou e acertou um soco no meu rosto. Em outro momento, ele puxa o cabelo da Karolayne e ainda desfere um soco na minha prima”, afirma.

Nas filmagens, funcionários do estabelecimento tentam afastar todos os envolvidos na confusão. O policial de cinza não chegou a ser encaminhado à delegacia, o que chamou a atenção do casal. “Ele foi liberado no local mesmo, lá no Villa, pelos policiais militares. Parece que tinha um coronel na mesa. Por que ele não fez nada?”, questiona.

Após o tumulto, Karolayne e o marido foram para a delegacia registrar boletim de ocorrência, e enviados para o Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A prima da vítima preferiu não acompanhar o casal. O caso é investigado pela 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte).

Resposta da Polícia Militar e do bar

O Correio apurou que o policial de preto, que aparece nas filmagens desferindo socos e arrastando a mulher pelo cabelo, se chama David Ricardo Lima Nunes e é sargento da corporação. Ao ser encaminhado para a delegacia, ele não quis dar depoimento e informou à PCDF que só falará em juízo. O policial também se comprometeu a comparecer em audiência, quando for intimado. O homem de cinza, contudo, não foi identificado.

Em nota, a assessoria da Polícia Militar (PMDF) informou que uma equipe foi acionada para atender a ocorrência e, em pronto atendimento, conduziu todos os envolvidos para a delegacia da área para apuração dos fatos. Questionada sobre as medidas contra o policial envolvido na briga, a corporação informou que ele foi levado para a delegacia, no entanto, não foi afastado das ruas. “Antes, é preciso apurar o que houve”, disse a nota da PM.

Nas redes sociais, o bar Villa Butiquim afirmou que repudia todo ato de violência e agressão, em especial o ato de violência contra a mulher. “A violência contra a mulher, em todas as suas formas, é inaceitável e deve ser reprimida. o Grupo Villa informa que prestou e prestará todos os esclarecimentos que estiveram ao seu alcance a todas as autoridades competentes e responsáveis pela apuração do caso”.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes

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