Ler estimula o raciocínio, expande a imaginação, melhora o vocabulário e aprimora a capacidade de interpretação, além de proporcionar conhecimento sobre os mais variados assuntos. A leitura é importante em qualquer idade, principalmente para quem ainda está se desenvolvendo, como as crianças e adolescentes. Nessa perspectiva e em homenagem ao Dia das Crianças ocorrerá, nos dias 11 e 12 de outubro, a Feira Literária da Biblioteca do Bosque (FLIB), em São Sebastião.
Em sua 4ª edição, a feira literária contará pela primeira vez com a participação de 150 crianças de uma escola da rede pública da região, a CEF do Bosque. O evento é voltado para o público infantil, mas também engloba outras faixas etárias com várias atividades e atrações que incluem teatro, música, dança, artesanato, animadores, brinquedos infláveis, pintura de rosto, lançamento de livro e muito mais.
A feira é organizada pela Biblioteca do Bosque e conta com a ajuda de voluntários que tornaram-se leitores. É o caso de Leidiane Oliveira, 41, que desenvolveu um carinho pela biblioteca e colabora na FLIB desde a 1ª edição. "A união faz a força. Trabalhar ajudando crianças e adultos é um dom que me traz muita alegria. A leitura deixa as pessoas atualizadas e bem informadas, isso me fez querer incentivar os outros a ler", diz.
Outro frequentador assíduo da biblioteca é José Olivan Silva, 52, conhecido como "Maranhão", que além de voluntário, é árbitro de futebol e, por isso, consome mais a leitura voltada ao esporte, mas não deixa do evento para "fazer a comunidade melhor, mesmo ajudando com um pouquinho".
Desde sua fundação em 2006, a biblioteca funciona com o propósito de ampliar o hábito da leitura, objetivo que vai ao encontro da FLIB. "A feira foi criada com cunho educacional para incentivar as crianças a ler e suprir a falta de iniciativas culturais na comunidade", reforça o produtor cultural Altaire de Oliveira, 35.
Além desse investimento, uma rede de parceiros e voluntários é responsável por manter projetos ativos. A biblioteca recebe doações de objetos — livros, cadeiras de rodas, muletas — e alimentos que servem para quem precisa e também são destinados para bazares, gerando fonte de renda para custear as despesas.
O evento foi suspenso em 2019 e 2020, devido à pandemia da covid-19. No entanto, no fim do ano passado as atividades foram retomadas com a expectativa de continuar sendo um centro de cultura para as pessoas que não têm condições de frequentar os grandes centros de Brasília. "Com a pandemia, a cidade ficou muito carente", lembra Dilma Mendes, uma das proprietárias da biblioteca.
Além da feira, durante o ano, a biblioteca funciona como "centro cultural" e realiza outros eventos como Festa Junina, Dia das Mães, Dia das Crianças e, no fim do ano, o Natal Solidário. Os eventos são uma grande fonte de ajuda financeira para a comunidade, nos quais artesãos, vendedores, agricultores e cozinheiras têm a chance de alcançar um público maior com venda de produtos e promoção dos trabalhos.
Poder de transformação
As ações da FLIB são promovidas com o intuito de formar novos leitores e também de acolher quem tem um histórico e carinho com a leitura. Paula Buril, 25, começou apreciar a leitura desde criança e seguiu com o hábito até a vida adulta. "A biblioteca é muito mais que um local onde tem diversos livros nas estantes. É um elo de uma rede de apoio e relacionamento entre a comunidade, a qual funciona como fortalecimento de vínculos, reúne agentes e desperta novos horizontes e possibilidades para as crianças e suas famílias", avalia.
Paula morou em São Sebastião e mesmo depois de se mudar para a Asa Norte continua frequentando a biblioteca e a feira. "A FLIB coloca um holofote nesse trabalho que é feito diariamente e amplifica nossas manifestações culturais, incentiva agentes comunitários e artistas locais e atrai novos públicos", comenta.
Com isso, Paula incentiva outras pessoas a ingressar na leitura: "Poucas coisas têm um poder de transformação tão grande como a leitura. Ela nos desperta em diversos aspectos e nos orienta na luz do conhecimento, agregando ao nosso desenvolvimento enquanto indivíduos em nossos constantes processos. Desejo que esse hábito se enraíze em nós, independentemente da forma, seja em e-books ou livros físicos, mas que deixemos um legado de busca e prestígio por conhecimento, e não deslegitimação do mesmo".
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Machado
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