Após a viúva e a ex-esposa do serial killer Lázaro Barbosa terem recusado o acordo com o Ministério Público do Goiás (MPGO), as ex-companheiras do assassino da família Vidal, de Ceilândia, foram denunciadas por favorecimento pessoal, com o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) aceitando a denúncia, em junho. Mesmo sendo rés, elas serão ouvidas apenas em setembro do ano que vem.
Ellen Vieira da Silva — viúva de Lázaro Barbosa — e Luana Cristina Evangelista Barreto — ex-esposa do criminoso —, segundo a Polícia Civil de Goiás (PCGO), ajudaram o serial killer a fugir da polícia. No dia que morreu, após confronto com a polícia goiana, Lázaro estava na casa da ex-sogra Isabel Evangelista de Souza, também denunciada pelo MPGO.
Para não oferecer denúncia contra as três, o MPGO chegou a propor um acordo, por considerar que o crime era de menor potencial, mas elas acabaram negando. À época, a reportagem do Correio apurou que o acordo do MPGO era variado. Em um, elas teriam que prestar serviços à comunidade pelo período de três meses, por oito horas semanais. A outra possibilidade era do pagamento de multa de R$ 550. Caso viessem a aceitar a proposta, o processo seria extinto. Como não ocorreu, o processo seguiu tendo curso. Elas deverão ser ouvidas em 5 de setembro de 2023.
O caso
A caçada a Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos, apontado como responsável pelo assassinato de uma família em Ceilândia Norte, terminou em 28 de junho de 2021, após 20 dias de buscas. O criminoso morreu baleado durante um confronto com a polícia, em Águas Lindas (GO) — município a cerca de 50km de Brasília.
Lázaro era investigado em, ao menos, oito inquéritos policiais envolvendo latrocínios — roubo seguido de morte — e homicídios. A megaoperação de busca começou em 9 de junho, quando a polícia começou a investigar um triplo homicídio no Incra 9. As vítimas eram o empresário Cláudio Vidal de Oliveira, 48, e os filhos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Além dos assassinatos, havia a suspeita de que a a mãe dos jovens, Cleonice Marques, 43, tivesse sido sequestrada.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) chegou a divulgar a foto de Lázaro como principal acusado de cometer a barbárie. A descoberta ocorreu após a coleta e análise de impressões digitais encontradas no local da chacina. A apuração permitiu aos agentes acessar a ficha criminal do suspeito, o que revelou um longo histórico de participação em ações violentas.
Em 12 de junho, o corpo de Cleonice foi encontrado, de bruços, sem roupas, em um córrego no Sol Nascente, a cerca de 8km da chácara onde ela morava com a família. Em fuga, Lázaro começou a espalhar terror por regiões próximas.
O confronto mortal
Em 28 de junho de 2021, as buscas pareciam não acabar. A equipe policial recebeu uma informação importante que poderia levar ao desfecho da longa caçada. No mesmo dia, na madrugada, uma câmera de segurança de uma casa registrou Lázaro saindo da mata e caminhando em uma rua, em Águas Lindas.
Com a informação de onde o criminoso poderia estar, a equipe do tenente-coronel Edson Melo, responsável pelo último confronto com Lázaro Barbosa, se posicionaram em um ponto estratégico, montando um ponto de emboscada para capturar o assassino. Quando uma aeronave da Polícia Militar iria abastecer, equipes conseguiram avistar o criminoso, que mesmo em troca de tiros, acabou sendo alvejado. De acordo com o coronel, 125 tiros foram disparados, e mais de 60 acertaram Lázaro.
Lázaro chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Foi o fim de uma caçada de 20 dias.
*Estagiário sob a supervisão de Guilherme Marinho
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