Quarentena: mulher de Durval ficará isolada em cela por 14 dias

Fernanda Barbosa foi transferida nesta terça-feira (20/9) para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) e ficará separada numa cela por duas semanas. O procedimento é padrão desde o começo da pandemia

Darcianne Diogo

postado em 20/09/2022 20:19 / atualizado em 21/09/2022 20:28

(crédito: Arquivo Pessoal)

Presa por esfaquear o marido Durval Barbosa, 70 anos, Fernanda Gabriela Barbosa Rodrigues, 26, está isolada numa cela do bloco 6 da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) em decorrência de protocolos sanitários da covid-19. A jovem, indiciada pela Polícia Civil por tentativa de homicídio, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada nesta terça-feira (20/9). Durante a tarde, Durval, delator da Caixa de Pandora, recebeu alta do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Fernanda foi transferida ainda nesta terça-feira para a cadeia e permanecerá por 14 dias numa cela isolada. O procedimento é padrão no sistema prisional desde o começo da pandemia e funciona como uma espécie de “quarentena” para saber se a detenta apresentará sintomas da covid-19.

A defesa da jovem alega que ela estava em surto psicótico quando esfaqueou o marido dentro de casa, na 114 Sul. A Polícia Civil do DF pediu um exame médico-legal de insanidade mental, que deve ser analisado pela Justiça. Na delegacia, Fernanda confessou que usou cocaína antes de cometer o crime, mas que agiu em legítima defesa. Na avaliação da juíza Monike de Araújo Cardoso Machado, substituta do Núcleo de Audiência de Custódia (NAC), apesar dessa versão, “não há elementos mínimos nos autos que possam corroborar a sua tese nesse momento processual”.

A magistrada considerou a prática (esfaqueamento) gravíssima e indicou alto grau de periculosidade da acusada. "Embora o apartamento tivesse câmeras, estas não estariam disponíveis, reforçando a sensação de que a autuada contribuiu para dificultar a instrução processual. Muito embora a autuada sustente possível ocorrência de legítima defesa, não há elementos mínimos nos autos que possam corroborar a sua tese nesse momento processual. Por tais razões, a soltura da autuada coloca em risco a ordem pública que, se bem compreendida, está muito mais vulnerada neste caso, do que em casos de "pequenos" delitos praticados com frequência", frisou.

“Trata-se de crime de tentativa de homicídio em que a autuada desferiu facada em região letal do corpo do autuado. Há notícia de que o autuado encontra-se debilitado após sofrer um AVC", completou a juíza. Apesar do ferimento, Durval não precisou de cirurgia e teve alta na tarde de ontem.