Delator da Caixa de Pandora

Esposa de Durval Barbosa é autuada por tentativa de homicídio após esfaquear marido

A defesa alega que a mulher sofreu um surto psicótico em decorrência de uma depressão pós-parto. Fernanda Barbosa deu à luz a um casal de gêmeos no final de abril e perdeu os bebês dois dias depois

Darcianne Diogo
postado em 19/09/2022 19:37 / atualizado em 19/09/2022 21:46
Durval Barbosa tornou-se conhecido em todo país durante a Operação Caixa de Pandora, em 2009. -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Durval Barbosa tornou-se conhecido em todo país durante a Operação Caixa de Pandora, em 2009. - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Fernanda Barbosa, 26 anos, presa depois de esfaquear o marido, Durval Barbosa, 70, foi autuada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por tentativa de homicídio doloso, quando há intenção de matar. O delator da Caixa de Pandora foi ferido no abdômen dentro de casa, na tarde desta segunda-feira (19/9), e está internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O quadro é estável.

A defesa de Fernanda alega que a mulher sofreu um surto psicótico em decorrência de uma depressão pós-parto. A mulher deu à luz a um casal de gêmeos no final de abril e perdeu os bebês dois dias depois. Ao Correio, a mãe da acusada, Rosa Cleonice de Jesus, 45, disse que soube do caso por meio da própria filha. "Ela me ligou desesperada dizendo que tinha feito uma merda e que iria chamar a polícia", contou.

Segundo o delegado-chefe da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), Jônatas Silva, foi pedido um exame médico-legal de insanidade mental. "Ela foi presa em flagrante e autuada por homicídio doloso na forma tentada", esclareceu. Fernanda passará por audiência de custódia nesta terça-feira (20/9). Caso seja condenada, ela pode pegar de 6 a 12 anos de prisão.

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Operação Caixa de Pandora


Durval Barbosa já atuou como delegado da Polícia Civil do Distrito Federal e como secretário de Relações Institucionais do DF durante as gestões de Joaquim Roriz e de José Roberto Arruda (PL).

Ele tornou-se conhecido em todo país durante a Operação Caixa de Pandora, em 2009, ao denunciar José Roberto Arruda e outros membros do governo, no que ficou conhecido como Mensalão do DEM. Ele foi um dos pioneiros na delação premiada, e em setembro de 2009, confessou para os investigadores que participada de um esquema de distribuição de dinheiro desde a época da gestão Roriz.

Durval entregou à Justiça 31 vídeos, gravados no gabinete dele, em que políticos aparecem recebendo propinas, e as carregando em malas, meias e até na cueca. Uma das gravações mais emblemáticas mostra o então governador Arruda recebendo pacotes de dinheiro, cerca de R$ 50 mil, das mãos do próprio Durval — o que levou o ex-governador a ser preso e afastado do cargo.

As delações atingiram ainda quatro deputados distritais e a federal Jaqueline Roriz, filha do ex-governador do DF. Ao Ministério Público, Durval disse que fez repasses entre R$ 30 mil e R$ 50 mil para Jaqueline Roriz.

 

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