A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) segue apurando a tragédia que vitimou Lucas Rodrigues Silva, 29 anos, na QNL 7, em Taguatinga, na madrugada deste domingo (11/9). As investigações, agora, são no sentido de confirmar se Jaider de Santana Amaral premeditou o crime, uma vez que, segundo testemunhas, ele estaria com duas facas.
De acordo com o delegado Mauro Aguiar, da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga), autor e vítima tiveram um desentendimento em janeiro. Jaider teria reclamado do barulho com Lucas. Ao longo dessa semana, os investigadores vão colher mais depoimentos de testemunhas para confirmar o real motivo da trágica morte do personal trainer.
A tragédia
Na madrugada deste domingo (11/9), Lucas Rodrigues Silva, um personal trainer de 29 anos, morreu ao ser esfaqueado no coração pelo vizinho. O autor, preso em flagrante, alegou à polícia que estava incomodado por conta do som alto. Ao Correio, a namorada da vítima contou outra versão. O caso aconteceu na QNL 7, em Taguatinga.
Beatriz Lopes contou ao Correio que, desde que ela e sua família se mudaram para a QNL 7, em março deste ano, o vizinho passou a vigiar a movimentação da casa e a implicar com a presença deles. “Nós estávamos naquela correria de mudança. Um dia, eu e o Lucas estávamos terminando de pintar os azulejos da cozinha, era por volta de 2h da madrugada. Quando terminamos, fomos tomar banho para ir dormir e, já dentro do meu quarto, ouvimos um barulho muito alto e percebemos que era o vizinho jogando algo no telhado da nossa casa”, disse Beatriz.
Com o barulho, Lucas saiu para fora e confrontou o vizinho. “O Lucas saiu e falou com ele que era uma falta de respeito ele ficar jogando coisa na nossa casa. O vizinho até chamou ele para briga, mas ai o Lucas gritou a cadela que a gente tem, uma rottweiler, ela começou a latir no portão e o vizinho se afastou", relatou Beatriz.
Depois desse episódio, um dos irmão de Beatriz, que é policial, chegou a ir na casa do vizinho conversar com ele, se apresentar e dizer que situações assim não poderiam voltar a se repetir. “Meu irmão explicou que a gente estava se mudando e que essa atitude dele não estava certa. A mãe do vizinho até se desculpou com a gente”, frisou.
A perseguição no dia da morte
A implicância, de acordo com a namorada de Lucas, cessou por um tempo, mas, no sábado (10/9), o vizinho voltou com a perseguição. “Eu saí do trabalho, passei na casa do Lucas e fomos juntos até minha casa, onde tudo aconteceu. Chegando lá, o vizinho estava no portão e ficou nos encarando. Entramos em casa, deixamos nossas coisas e saímos para comprar um refrigerante, foi quando percebemos que ele estava nos seguindo”, mencionou Beatriz.
No mesmo dia, depois do almoço, Lucas e a namorada saíram novamente para ir ao mercado e o vizinho teria voltado a segui-los. “Depois do almoço dormimos e acordamos por volta das 17h. O Lucas falou que estava com vontade de comer um doce e fomos ao mercado. Meu cunhado estava na frente de casa e viu o vizinho pegando uma faca e entrando no carro e avançando atrás da gente”, descreveu Bia, como é chamada pelos amigos.
“Quando minha irmã viu que o vizinho tinha saído de carro com uma faca, ela foi desesperada atrás de mim e do Lucas no mercado, que fica perto da nossa casa. Quando ela nos encontrou, contou que o vizinho tinha saído preparado para nos atacar pelas costas”, contou. Com a situação, Lucas e os familiares ficaram apreensivos. “Ficou um clima angustiante, uma sensação ruim”, afirmou Beatriz, lembrando que por isso eles saíram para jantar nesse dia, antes de Lucas ser morto.
Quando a família chegou do jantar, o vizinho, segundo relato de Bia, estava, novamente, vigiando a casa e apareceu com um facão. Uma confusão teve início e, ao tentar imobilizar o autor, Lucas foi atingido no coração com uma faca. O vizinho foi preso em flagrante. Na delegacia, ele alegou legítima defesa e disse que foi motivado pelo incômodo com a som alto. "Às 4h da manhã eles estavam fazendo barulho, bebendo com o som alto”, disse o homem, em depoimento. De acordo com o que afirmou à polícia, o som alto era constante e ele estava “tentando tolerar a situação há um tempo”.
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