Na madrugada deste domingo (11/9), Lucas Rodrigues Silva, um personal trainer de 29 anos, morreu ao ser esfaqueado no coração por um vizinho. O autor, preso em flagrante, alegou à polícia que estava incomodado por conta do som alto. Ao Correio, a namorada da vítima contou outra versão. O caso aconteceu na QNL 7, em Taguatinga.
Beatriz Lopes contou ao Correio que desde que ela e sua família se mudaram para a QNL 7, em março deste ano, o vizinho passou a vigiar a movimentação da casa e implicar com a presença de sua família. “Nós estávamos naquela correria de mudança. Um dia, eu e o Lucas estávamos terminando de pintar os azulejos da cozinha, era por volta de 2h da madrugada, quando terminamos e fomos tomar banho para ir dormir. Já dentro do meu quarto, ouvimos um barulho muito alto e percebemos que era o vizinho jogando algo no telhado da nossa casa”, disse Beatriz ao Correio.
Com o barulho, Lucas saiu para fora e confrontou o vizinho. “O Lucas saiu e falou com ele, que era uma falta de respeito ele ficar jogando coisa na nossa casa. O vizinho até chamou ele para briga, mas ai o Lucas gritou a cadela que a gente tem, uma rottweiler, ela começou a latir no portão e o vizinho se afastou", relatou Beatriz.
Depois desse episódio, um dos irmão de Beatriz, que é policial, chegou a ir na casa do vizinho conversar com ele, se apresentar e dizer que situações assim não poderiam voltar a se repetir. “Meu irmão explicou que a gente estava se mudando e que essa atitude dele não estava certa. A mãe do vizinho até se desculpou com a gente”, frisou. Um boletim de ocorrência foi registrado na 15ª Delegacia por conta desse fato.
Perseguição no dia da morte
A implicância, de acordo com a namorada de Lucas, cessou por um tempo, mas, no sábado (10/9), o vizinho voltou com a perseguição. “Eu saí do trabalho, passei na casa do Lucas e fomos juntos até minha casa, onde tudo aconteceu. Chegando lá, o vizinho estava no portão e ficou nos encarando. A gente entrou em casa, deixamos nossas coisas e saímos para comprar um refrigerante, foi quando percebemos que ele estava nos seguindo”, mencionou Beatriz.
No mesmo dia, depois do almoço, Lucas e a namorada saíram novamente para ir ao mercado e o vizinho voltou a segui-los. “Depois do almoço a gente dormiu e acordamos por volta das 17h. O Lucas falou que estava com vontade de comer um doce e fomos ao mercado. Meu cunhado estava na frente de casa e viu o vizinho pegando uma faca e entrando no carro e avançando atrás da gente”, descreveu Bia, como é chamada pelos amigos.
“Quando minha irmã viu que o vizinho tinha saído de carro com uma faca, ela foi desesperada atrás de mim e do Lucas no mercado, que fica perto da nossa casa. Quando ela nos encontrou, contou que o vizinho tinha saído preparado para nos atacar pelas costas”, contou. Com a situação, Lucas e os familiares ficaram apreensivos. “Ficou um clima angustiante, uma sensação ruim”, afirmou Beatriz, por isso eles saíram para jantar neste dia, antes de Lucas ser morto.
Ao chegarem do jantar, o vizinho estava, novamente, vigiando a casa e apareceu com um facão. Uma confusão iniciou e, ao tentar imobilizar o autor, Lucas foi atingido no coração com uma faca. O vizinho foi preso em flagrante, na delegacia ele alegou legítima defesa e disse que foi motivado pelo incômodo com som alto. "Às 4h da manhã eles estavam fazendo barulho, bebendo com o som alto”, disse o homem, em depoimento. De acordo com o que afirmou à polícia, o som alto era constante e ele estava “tentando tolerar a situação há um tempo”.
Agora a Polícia Civil do Distrito Federal apura para esclarecer as circunstâncias e a real motivação do crime. Lucas Rodrigues deixou um filho de três anos. Ele será velado e enterrado na segunda-feira (12/9), no Campo da Esperança de Taguatinga.
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