"Meu perfil é de articulação", afirma o candidato ao Senado Joe Valle (PDT)

Ao CB.Poder, o ex-presidente da Câmara Legislativa falou sobre sua experiência como gestor público, seus projetos para o mandato e a relação com o senador José Antônio Reguffe

Carlos Silva*

postado em 06/09/2022 06:00 / atualizado em 06/09/2022 06:10

(crédito: Ed Alves/CB/D. A Press)

Joe Valle (PDT) foi o convidado do CB. Poder — parceria do Correio com a TV Brasília. Na entrevista, a primeira de uma série com os candidatos ao Senado, o ex-presidente da Câmara Legislativa falou ontem à jornalista Ana Maria Campos sobre estratégia de campanha, experiência em gestão, projeto de mandato para a capital e a relação com o senador José Antônio Reguffe.

Você entrou na campanha bem na reta final, estava há quatro anos cuidando da sua vida e da sua empresa, e decidiu retomar os mandatos no dia 15 de agosto. Como você está fazendo para se apresentar ao eleitor?

Acho que é a construção de um trabalho coletivo que nós sempre fizemos. Então, estamos voltando a apresentar para as pessoas tudo que nós fizemos, como nossas leis, que são de muita vanguarda para fazer muito mais. (...) Ficamos com a cabeça no Brasil, mas o pé no estado. Então, a gente potencializa tudo que a gente pode fazer e ajudar. 

Como é que seria o senador Joe Valle?

Meu perfil é de articulação muito forte. Mostrei isso em todos os momentos da minha vida. Sou empresário, então tenho visão da vida empresarial, do setor produtivo, do emprego — como gerar e como criar. Fui gestor público por muito tempo, fui secretário nacional, secretário local, deputado, fui da direção da Câmara, fui presidente da Câmara. Então, tenho capacidade de entender os deputados e fazer essa conversa para que possamos chegar no objetivo comum. Tenho condição de executar coisas, entendendo e conhecendo o Senado e a Câmara Federal, porque, quando fui secretário nacional, lidei com todo esse processo. 

Você é uma referência na produção de orgânicos e sua empresa é toda voltada para isso. Pretende apresentar alguma lei nesse sentido?

Claro. Nunca negamos nossa referência. Tenho como lidar muito com essa questão da fome. Nós já fazemos um trabalho enquanto cidadãos de levar esses alimentos. Nosso propósito é o alimento orgânico e felicidade para todos, não só para uma parcela. Montamos mais de 100 hortas em escolas no Distrito Federal, fizemos comunidades sustentáveis, trabalhamos em hortas caseiras, projetos de floricultura nos quintais, de ervas medicinais, de remédios caseiros. Estamos fazendo um trabalho muito forte de bioinsumos no Senado. 

Você tem andado muito com a Leila, candidata do seu partido ao governo, e a ajudado com o plano de governo. Como está a campanha dela?

Estamos levando para a Leila, que é uma mulher vencedora, forte e com uma energia enorme. Ela está na rua fazendo o trabalho dela, colocando o nome dela à disposição para Brasília num modelo diferenciado. Precisamos de coisas diferentes. Acho que a força de uma mulher, que é campeã, que sai de baixo e vira senadora do Distrito Federal é uma coisa nova na nossa cidade. Brasília é vanguarda e tem que inovar. 

Você seria o vice do Reguffe. Eu acompanhei esses bastidores e, realmente, tinha uma articulação que se ajudou muito, até o momento em que a Leila entrou na campanha, o PDT resolveu lançá-la, e você se afastou. Mas construir uma aliança dos dois não deu certo. Como está sua relação agora com ele?

Eu sou um amigo do Reguffe. Lá atrás, quando eu fui candidato a distrital, ele votou em mim. Acho que temos uma relação muito boa. E o Reguffe é um cidadão de Brasília. Colocamos à disposição os nomes. Ele vai votar em alguém. Tem cinco nomes para ele escolher. Eu acredito que com meu currículo e meu trabalho, vou ser escolhido por ele. 

Muitos avaliam um senador pela quantidade de recursos que ele consegue destinar para sua unidade da federação. Você acha que esse é um papel do senador?

Orçamento secreto pra mim é crime. Isso é uma coisa que permite os "fantasmas".Então, se falo "quero tirar fantasmas da corrupção", mas crio as condições para os fantasmas surgirem, como é que você vai acabar com eles? Nunca. Então, pra mim, orçamento secreto é criar condição para o fantasma surgir. Acho que sim, um dos indicadores de performance de um senador é a quantidade de recursos que ele traz pro estado.

*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso