Calor e seca: DF acumula 121 dias sem chuvas no DF

Com temperaturas acima de 30°C, os termômetros do Distrito Federal registraram, neste domingo (4/6), um dia seco e quente. Em Planaltina, a máxima chegou a 32.7°C e a umidade relativa do ar ficou abaixo dos 12%

Rafaela Martins

postado em 04/09/2022 21:32 / atualizado em 04/09/2022 21:32

Dia de muito calor em Brasilia. - (crédito: Ed Alves/CB)

No último 7 de agosto, os brasilienses sentiram na pele o dia mais quente do ano. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros marcaram 32,9°C na estação de Águas Emendadas, em Planaltina. Nas horas mais quentes deste domingo (4/9), não foi diferente. O primeiro fim de semana de setembro alcançou os 32,7°C, com umidade relativa do ar abaixo de 12%, indicando alerta emergencial.

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  Dia de muito calor em Brasilia. Na foto Giovana Rodrigues e João Gomes Ed Alves/CB
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  Dia de muito calor em Brasilia. Na foto Carlos Henrique Frossard e filhos. Ed Alves/CB
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  Dia de muito calor em Brasilia. Ed Alves/CB

O inverno — estação que marca o período seco e quente durante o dia, e o frio durante as madrugadas — levou os cidadãos aos parques em busca de sombra, para sorveteria em busca de refresco e ao Lago Paranoá, a famosa praia de Brasília, para se aliviar. Acompanhado dos filhos, Marcelo Frossard, de 41 anos, não resistiu ao calor e parou com as crianças de 7 e 3 anos para comprar água de coco, no Parque da Cidade.

Por volta das 17h30, o trio sentou com objetivo de se hidratar. Para Marcelo, estar com os filhos praticando atividade física é prazeroso, porém, feito com responsabilidade. “A gente gosta muito de andar de bicicleta e fazemos isso sempre. Saímos de manhã e à tarde fomos para casa, mas tava sol, dia bonito, e decidimos terminar de aproveitar. Confesso que a gente é do calor, gostamos do tempo mais quente, mas a pele está muito seca, estamos sentindo. Mas água de coco e açaí, não podem faltar”, contou o pai.

Em estado de alerta — divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia — entre junho e setembro, a baixa umidade relativa do ar, em conjunto com a falta de chuvas, somando 121 dias na capital do país, preocupa autoridades. A Defesa Civil recomendou que a população evite a prática de atividades ao ar livre no período das 10h às 17h, aumentar a ingestão de líquidos, não tomar banhos prolongados com água quente e muito sabonete, descartar o uso excessivo de ar-condicionado e usar protetor solar.

Para o tempo seco, também é importante utilizar hidratante e umidificadores de ambientes. Crianças e idosos precisam de atenção especial, pois são os mais afetados pelo tempo. É nesta época do ano que há maior índice de problemas respiratórios. Os baixos índices podem provocar problemas como complicações alérgicas e respiratórias devido ao ressecamento de mucosas, sangramento pelo nariz, ressecamento da pele e irritação dos olhos.

Complicações

Para o começo desta semana, o cenário se repete no Distrito Federal. A meteorologista Andrea Ramos disse ao Correio que não há previsão de chuva para os próximos 10 dias. “Essa época em Brasília é esperada, mas alguns cuidados precisam ser tomados. Sem previsão de chuvas, com altas temperaturas e baixos índices de umidade relativa do ar, o brasiliense vai continuar sofrendo com o bloqueio atmosférico que proporciona a massa de ar seca e quente no Centro-Oeste”, falou a profissional.

Em relação aos cuidados com a saúde, o professor da faculdade de medicina da Universidade de Brasília e pneumologista Ricardo Martins ressaltou que as pessoas não precisam se preocupar com o alerta vermelho, pois, apesar do tempo estar seco e quente, o brasiliense consegue reverter esse quadro tomando alguns cuidados.

“Ninguém precisa se desesperar porque isso acontece só em um período do dia, pois é transitório. De qualquer maneira há necessidade do cidadão reforçar as defesas e umidificação do corpo e do meio ambiente. Como nosso organismo é constituído 70% de água, ela é fundamental para o bom funcionamento dos órgãos. Por isso, beba água, consuma sucos de frutas naturais, legumes, verduras, passe protetor solar, use toalhas molhadas e evite atividades físicas severas em horários quentes, pois a desidratação é o que mais preocupa”, falou o médico.