Eleições

‘Ricos vão pagar mais IPTU’, diz Toni de Castro ao CB. Poder

O candidato a vice-governador do DF na chapa de Keka Bagno diz que, se eleito, o combate às desigualdades será um dos principais focos. Ele também propõe maior tributação aos mais ricos para financiar medidas de combate à pobreza

Naum Giló
postado em 01/09/2022 17:08 / atualizado em 01/09/2022 17:08
Ao CB. Poder, o candidato a vice-governador da chapa de Keka Bagno, Toni de Castro, defendeu maior tributação aos mais ricos -  (crédito: Reprodução/YouTube/Correio Braziliense)
Ao CB. Poder, o candidato a vice-governador da chapa de Keka Bagno, Toni de Castro, defendeu maior tributação aos mais ricos - (crédito: Reprodução/YouTube/Correio Braziliense)

Em entrevista ao CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — comandada pela jornalista Ana Maria Campos, o candidato a vice-governador da federação Psol-Rede, Toni de Castro, falou que um dos maiores focos de um eventual governo de Keka Bagno seria a redução das desigualdades no DF, que, segundo ele, são as maiores do país e abrangem tanto os aspectos econômico quanto o racial. “A burguesia se apropria do orçamento público por meio de um processo de transformação da política em negócio, para fazer da Câmara Legislativa em balcão de negócios com o chefe do executivo”, explicou o candidato.

Entre as medidas de combate à pobreza, ele citou a criação de um auxílio para para a população vulnerável de R$ 600, valor que dobraria no caso de mães solo ou de mulheres que fossem responsáveis por idosos ou pessoas com deficiência, combinado com políticas de geração de emprego. Perguntado sobre a fonte de financiamento para essas medidas, ele respondeu que seria por tributação sobre os mais ricos: “Nós vamos aumentar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) sobre os mais ricos, levando em conta as dimensões da propriedade e o seu valor de mercado”.

Como exemplo, ele deu a mansão do atual governador Ibaneis Rocha (MDB), comprada por R$ 23 milhões. “Se ele tem condições de pagar uma mansão nesse valor, ele tem condições de pagar um imposto mais considerável, que seria a melhor contribuição que ele daria, melhor inclusive do que o governo dele, para acabar com a fome no Distrito Federal”. Toni também enfatizou uma maior participação popular nas decisões do orçamento caso sua chapa seja eleita, viabilizada pela criação de conselhos populares.

A participação popular também ajudaria numa reformulação do sistema de transporte público, que, de acordo com Castro, “é um desastre, agrada a ninguém”, criticou o postulante. “Nós precisamos abrir o livro-caixa do transporte público para ver a estrutura de custos”, propôs o candidato ao lembrar dos subsídios cedidos às empresas de transporte nos últimos anos. “Nós vamos combinar isso com novas licitações, renovar a frota e abrir linhas que atendam às necessidades do povo, em um processo de escuta da população”.

No âmbito da saúde, ele avalia que a situação foi agravada pela pandemia e pela crise econômica. “A correria do dia a dia adoece física e mentalmente a população. E eles não têm tempo de cuidar da própria saúde, porque precisam correr pela vida”, disse o candidato, que citou a reforma trabalhista como uma das culpadas para o problema.

Ana Campos questionou sobre o curto tempo de campanha e a desigualdade econômica entre os candidatos ao Palácio do Buriti. Ele respondeu citando a história bíblica na qual Davi derrota Golias. Nas ruas, Toni falou que a resposta da população à sua campanha tem sido positiva. “Nós temos ganhado a simpatia das pessoas. Agora transformar essa simpatia em voto é outra coisa”.

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