Crime

Golpe do motoboy: quadrilha presa no RJ fez ao menos cinco vítimas no DF

As investigações são conduzidas pela 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul). Vítimas do golpe do motoboy do DF perderam cerca de R$ 200 mil, segundo os investigadores

Policiais civis da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) cumprem, na manhã desta quarta-feira (31/8), quatro mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão nas Zonas Oeste e Norte e na Região dos Lagos no Rio de Janeiro contra integrantes de uma associação criminosa interestadual que faturaram ao menos R$ 1,8 milhão com o famoso "Golpe do Motoboy". Até o momento, três pessoas foram presas e um segue foragido.

Saiba Mais

As investigações começaram em julho, após uma mulher, de 82 anos, moradora do Lago Sul, perder R$ 15 mil com o golpe (leia O golpe). A Polícia Civil constatou que, entre 25 e 29 de julho, a quadrilha fez, ao menos, outras quatro vítimas no DF, que tiveram prejuízo de R$ 200 mil.

Moradores do Rio de Janeiro, os criminosos movimentaram cerca de R$ 1,8 milhão em oito meses apenas em uma máquina de cartão utilizada para a realização de transações com os cartões bancários das vítimas. Segundo o delegado à frente do caso, Renato Fayão, adjunto da 10ª DP, os autores faziam questão em ostentar um alto padrão de vida nas redes sociais, com fotos de viagens para destinos nacionais e internacionais e com hospedagem em hotéis de luxo.

A operação contou com o apoio da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), por meio da Delegacia do Aeroporto Internacional - DAIRJ.

O golpe

O delegado explica que o golpe tem como principal instrumento o emprego de “engenharia social”, que consiste na manipulação psicológica da vítima, para que ela forneça aos criminosos informações confidenciais, como senhas e números de cartões.

"Embora existam algumas variações, a fraude, em regra, tem início com uma simples ligação. Os criminosos ligam para as vítimas, em sua maioria idosos, se passando por funcionários da central de segurança do banco e solicitam a confirmação de uma compra suspeita – que nunca existiu - realizada no cartão de crédito", explica o investigador. Em seguida, a vítima diz não reconhecer o gasto e os fraudadores afirmam que o cartão foi provavelmente clonado, orientando-a a entrar em contato com a operadora do cartão, para que seja efetuado o bloqueio.

Os golpistas, então, permanecem na linha e a vítima, ao discar o 0800 da central de atendimento da operadora de cartão, é atendida pelos próprios criminosos, que permaneceram na linha. "A vítima é orientada a fornecer a senha do seu cartão, para fins de bloqueio, e informada que um funcionário do banco irá até sua residência efetuar a coleta do cartão, para fins de perícia", afirma Fayão.

Dando sequência ao golpe, um falso funcionário do banco vai até a casa da vítima, geralmente um “motoboy”, coleta o cartão e, a partir daí, com o cartão e senha em mãos, começam a ser efetuadas transações financeiras, geralmente utilizando “maquinetas” de cartão, cadastradas no CNPJ de empresas de fachada, ou no CPF de “laranjas”, dificultando, assim, a identificação dos autores e conferindo aparente legalidade aos valores auferidos com a prática criminosa.

Saiba Mais