O advogado Felipe Belmonte (PSC), que concorre na chapa encabeçada por Paulo Octávio (PSD) ao Governo do Distrito Federal, foi o segundo entrevistado da série que o programa CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — realiza com os candidatos a vice-governador. Na bancada, a jornalista Denise Rothenburg ouviu as propostas do candidato, entre elas, a criação de um aplicativo para atendimento no sistema de saúde, a realização de um levantamento criterioso de grilagem de terras no DF e a valorização das forças de segurança. Tudo isso, segundo ele, vai ocorrer em quatro anos, sem objetivo de uma eventual reeleição. "Este será um mandato só, pois somos contra a reeleição, que tem provado que não é adequada, já que todos os segundos mandatos foram um fracasso", afirmou.
Em relação à crise na saúde pública, o que sua chapa com Paulo Octávio vai propor de diferente do que vem sendo feito?
A primeira pergunta que se faz é porque (a gestão dos) sistemas de saúde do Distrito Federal é feita por planilha de Excel, quando estamos em plena era de automação e inteligência artificial? Por que uma pessoa tem que ir para uma fila para pegar a senha para ir a outra fila? Estamos em tempo de ter um aplicativo em que a pessoa faça a sua inscrição. E está dentro das metas criar as policlínicas, porque temos que levar a saúde aonde as pessoas estão. Não se justifica uma fila, e muito menos morrer em uma de espera para buscar uma senha de atendimento. E o senador Reguffe defendia uma pauta, que também abraçaremos, que é de turno integral. Temos que zerar as filas de cirurgia. Não podemos permitir que a Saúde seja objeto de páginas policiais. Temos que ter transparência.
Caso seja eleito junto com Paulo Octávio, vão buscar a reeleição?
Nós somos contra a reeleição. A reeleição tem provado e comprovado que não é adequada. Todos os segundos mandatos foram um fracasso. Esse é um compromisso inarredável. A população do Distrito Federal é sábia, porque ela não reelege governador. E a população continuará sendo sábia porque sabe que o segundo mandato, costumeiramente, tem sido muito inadequado.
Quais as propostas que vocês idealizam para melhorar a segurança pública do DF, que tem presenciado casos de feminicídios?
Dentro da segurança, temos alguns eixos a serem tratados. O primeiro deles é a valorização do profissional de segurança, pois muitas promessas foram feitas e não foram cumpridas. Temos a necessidade de fazer o plano de carreira adequado e de buscar melhorar a remuneração financeira. Isso aqui tem que ser um modelo, onde marginal não tenha a menor vontade de vir para o Distrito Federal ou ficar aqui. Temos que melhorar os vencimentos, o que é pago aos nossos profissionais, porque temos um problema seríssimo dos superendividados. Aliás, não é só das forças de segurança, mas afeta a saúde e a educação.
Em 10 de agosto, o Senado Federal aprovou um projeto de lei que reduz a área da Floresta Nacional para regularização urbana de dois assentamentos. Para esse problema de regularização fundiária no DF, qual é a solução proposta pela chapa?
A gente tem que fazer um levantamento muito criterioso de tudo isso. A primeira coisa é fazer um diagnóstico preciso. A questão do assentamento 26 de Setembro. Aquilo estava instalado. Mas fazer uma redução de uma floresta para regularizar invasão tem que, no mínimo, gerar uma compensação. Temos uma preocupação ambiental muito grande. No DF, temos nascentes que precisam ser preservadas. Então, você tem que ter um equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade. Temos que voltar ao tempo da nossa cidade ser bonita, florida.
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