O Correio e o grupo Opinião divulgaram pesquisa eleitoral em que avaliam o comportamento do eleitor do DF nessas eleições até agora. Entre os resultados, o levantamento aponta a realização de um segundo turno no pleito para governador, entre Ibaneis Rocha (MDB) e um outro oponente que sairia de um grupo que está embolado, com o ex-senador Paulo Octávio (PSD), a senadora Leila Barros (PDT) e o deputado distrital Leandro Grass (PV).
Os eleitores ainda foram sondados para a corrida ao Senado, com Flávia Arruda (PL) à frente, e ao Planalto, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) empatados dentro da margem de erro.
A pesquisa registrada no TSE sob o número DF-07838/2022, encomendada pelo Correio Braziliense. Correio/Opinião foi a campo entre 18 e 20 de agosto, com 1.111 entrevistas presenciais. A margem de erro estimada é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos, com um intervalo de confiança de 95%.
Para Alexandre Garcia, CEO do grupo Opinião, e Carlos André Machado, sócio-diretor do grupo, o destaque da pesquisa é o cenário do segundo turno na eleição para o GDF. Confira os principais trechos da conversa:
Entrevista / Alexandre Garcia, CEO do grupo Opinião, e Carlos André Machado, sócio-diretor
Qual é o principal destaque dessa rodada da pesquisa Correio/Opinião?
Alexandre — O potencial de Paulo Octávio de levar a eleição para o segundo turno. A saída do Reguffe e o próprio Paulo Octávio se consolidando em segundo.
Esse cenário indica que vai ter segundo turno?
Alexandre — Há grandes chances de ter segundo turno, porque a gente percebe não só a entrada do Paulo Octávio como fator relevante, como também o crescimento do Leandro Grass, a consolidação da Leila nas pesquisas. Além do que a gente acredita que o Ibaneis está no teto. De agora para a frente, ele deve sofrer muitos ataques e isso tende a afetar o desempenho dele.
Carlos André — Hoje não teria segundo turno, mas a tendência é de segundo turno.
Mas por que vocês avaliam que ele está no teto?
Alexandre — Porque, há muitas edições, ele vem ali com o percentual na faixa dos 38%. Muitas pesquisas estão dando esse mesmo percentual há bastante tempo. Então parece que ele está consolidado nesse patamar.
Se o Paulo Octávio não estivesse na disputa, o percentual estaria distribuído ou com Ibaneis?
Alexandre — Estaria distribuído, mas com um percentual para o Ibaneis. Quando a gente faz os cenários dos votos válidos, as pesquisas demonstram que ele levaria no primeiro turno, mas a nossa análise dos cenários indica que há boa possibilidade de haver um segundo turno.
Algum candidato, pela rejeição, estaria fora?
Alexandre — Não. O que é destaque é que Ibaneis tem o menor patamar de rejeição.
Em relação a Lula e Bolsonaro. O que a pesquisa indica?
Alexandre — Empate técnico. Eu diria um terço para cada um. Um pouquinho mais de um terço, mas isso oscila na margem de erro. São votos consolidados porque a espontânea e a estimulada praticamente dão o mesmo percentual. Então, a gente está com uma eleição completamente polarizada no DF.
Então um terço não quer nenhum dos dois?
Alexandre — Isso. Não quer nenhum dos dois ou está avaliando ou escolheu entre os demais candidatos.
Qual é o peso dos dois candidatos que lideram na disputa presidencial?
Carlos André — 70% dos votos estão direcionados para eles.
Como, por exemplo, Lula pode ajudar algum candidato de sua base, como Leandro Grass?
Carlos André — Lula pode ajudar a torná-lo mais conhecido. Leandro Grass é um dos candidatos com menor grau de conhecimento. Mas não acredito na transferência total, porque muitos eleitores votam no Lula.
Alexandre — Mas o Leandro Grass já teve um crescimento importante na pesquisa. Então, eu acho, sim, que ele vai ter um acréscimo em função do Lula.
Isso acontece com Bolsonaro e Ibaneis?
Alexandre — Independe. Tanto que quando a gente cruza os apoios indica que tanto faz se ele for apoiado por Lula ou Bolsonaro. O impacto é pequeno.
Carlos André — Para Leila e Izalci, a influência nacional não vai existir.