Envolvido no tráfico de drogas, em esquemas de agiotagem e parceiro de criminosos responsáveis por explodir caixas eletrônicos, Celismar Pinto da Fonseca acumula condenações e uma vida pregressa no mundo do crime. Filho de advogada, marido, pai de dois filhos e dono de uma fortuna fruto de atividades ilícitas, o traficante está na lista de procurados do Distrito Federal. O agiota é acusado de encomendar o assassinato de Wesley do Espírito Santo, o “Macarrão”, após a descoberta de um relacionamento extraconjugal entre Wesley e Gisele Vasconcelos Gomes, esposa de Celismar.
Macarrão, ex-parceiro de tráfico de Celismar, foi considerado um dos maiores traficantes de cocaína em 2013 e condenado a 45 anos de prisão, a maior pena da história da capital. Ele foi morto em outubro do ano passado após levar mais de 15 tiros em frente à loja onde trabalhava, em Taguatinga. Ao longo de 10 meses, investigadores da 12ª Delegacia de Polícia trabalharam para chegar à autoria do crime. “Um dos homicídios mais complexos que vi ao longo dos meus anos de trabalho”, declarou o delegado à frente do caso, Josué Ribeiro.
As intensas apurações constaram que Celismar foi mentor do homicídio. O traficante já havia desdenhado todo o plano de execução antes mesmo de Wesley progredir para o regime semiaberto e ser transferido da Papuda para o Centro de Progressão Penitenciária (CPP). Na cadeia, Macarrão já sofria ameaças de morte e precisou ficar na ala de seguro. A morte veio duas semanas depois que ele ganhou o direito de trabalhar durante o dia.
Agiota, Celismar usou um carro, Ônix preto, para cometer o assassinato. O veículo teria sido dado por um devedor como forma de pagamento ao criminoso. Celismar não estava no momento da execução, mas toda a ação foi coordenada por ele. Segundo as investigações, o homicida contratou ao menos três homens para fazer o “serviço”. Wesley trabalhava como segurança em uma loja de som automotivo e, quando estava na porta no horário de almoço, um rapaz de boné desceu do veículo e efetuou os disparos usando uma pistola com seletor de rajada.
Tráfico de drogas
Celismar era parceiro de Wesley no tráfico de drogas. O Correio apurou que o criminoso pegava pasta base de cocaína com o traficante para revender. Em 2013, ele foi condenado a uma pena de 4 anos por associação ao tráfico. À época, ficou comprovado que o agiota integrava uma quadrilha especializada nesse tipo de crime.
Tendo como líder um homem conhecido como Luiz Bolota, o grupo era composto por diversos membros, que se revezavam na divisão das tarefas de produção, armazenamento, distribuição e revenda de entorpecentes.
Ainda em 2013, Gisele Vasconcelos, esposa de Celismar, foi detida na megaoperação desencadeada pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), que prendeu Macarrão e interceptou um caminhão com 110kg de escama de peixe e pasta base de cocaína que vinha de Ponta Porã (MS).
Após ser solta, Celismar foi preso e, segundo a reportagem apurou, foi nesse período que Gisele e Wesley começaram a se relacionar. Os dois mantiveram uma relação extraconjugal por anos, até o plano para matar Macarrão ser executado.
Em maio, Celismar e Gisele perderam um dos filhos. Guilherme Gomes da Fonseca, 19, morreu ao colidir contra uma árvore durante um racha com amigos, na L4 Sul. O rapaz seguia em uma velocidade de, aproximadamente, 140 km/h no momento do acidente.
A PCDF pede para que, caso alguém saiba do paradeiro de Ceslimar, ligue para o número 197. A Polícia Civil garante o sigilo.
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