No terceiro bloco do debate promovido pelo Correio Braziliense, em parceria com a TV Brasília, com os candidatos ao governo do Distrito Federal, os elegíveis ao Buriti ficaram frente a frente e tiveram um minuto para perguntar diretamente ao adversário, que contou com um minuto e meio para responder. Eles ainda tiveram direito a réplica e tréplica, cada uma com 45 minutos.
Definido por sorteio, o candidato Paulo Octávio (PSD) abriu a rodada respondendo a uma pergunta feita por Izalci Lucas (PSDB) sobre o período em que o empresário foi empossado governador interino do DF, em 2010, e, após 13 dias, renunciou ao cargo. “A política é feita de gestos e político tem que ter desprendimento. [...] O que eu mais queria era ser governador, o que eu mais quero é ser governador, estou deixando uma vida que levo para me candidatar, porque eu acredito na gestão”, garantiu o candidato.
Em seguida, Rafael Parente (PSB) respondeu a pergunta da senadora Leila Barros sobre moradia e as propostas para a área de habitação para a população do Distrito Federal. “Nós precisamos mostrar que existem soluções, como o aluguel social. A gente precisa ter um planejamento urbano na frente do crescimento populacional. Nós vamos oferecer o aluguel social e buscar esses planejamento na frente do crescimento populacional”, disse Parente.
O deputado Leandro Grass (PV) convidou a candidata Leila Barros (PDT) para debater a respeito da relação do Banco de Brasília (BRB) com o Ibaneis Rocha e a parceria com o Flamengo. Leila aproveitou para criticar o atual governo do DF: “é um governo muito focado nos ‘amigos do rei’, a impressão que dá é que o governador sempre está preocupado em beneficiar pessoas do seu convívio pessoal e até os seus gostos por time de futebol”, apontou. “Um banco que deveria atuar como um banco de fomento para incentivar a economia da cidade, é o que não estamos vendo dentro do BRB”, destacou a senadora e candidata ao Buriti.
A morte de uma mulher na fila do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do Paranoá, nesta semana, voltou ao debate na pergunta da candidata Keka Bagno a Leandro Grass. Ela questionou quais as propostas de Grass para resolver os problemas de atendimento nos Cras do DF. O candidato do PV afirmou que a situação do Cras se agravou quando Ibaneis encerrou as atividades do DF Sem Miséria, em novembro de 2021, e o substituiu pelo DF Social. "Precisamos unificar esses benefícios em um único, que é o Renda Cidadã", disse. De acordo com ele, o benefício seria um complemento de R$ 600 para o Auxílio Brasil, que já é de R$ 600. Além disso, ele prometeu recompor os quadros da assistência social e aumentar a capacidade de atendimento dos Cras.
O candidato Rafael Parente direcionou sua pergunta para Keka Bagno (Psol). Para a assistente social, ele aproveitou para perguntar sobre a situação da saúde pública do DF e na assistência social. Em sua resposta, Keka criticou o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). "O Iges mostrou a sua ineficiência e, pior do que isso, não temos transparência nos recursos que ali são investidos, que traz uma grande crise para a política pública de saúde", afirmou. "É muito complicado quando temos um governador milionário, que não compreende as dores da população. É importante que tenha gente como nós, que trabalhamos na ponta e sabemos o que é enfrentar as filas. Eu sou usuária do SUS, e utilizo a UBS perto da minha casa. Quando fui no atendimento da saúde, a maca que sentei quase caiu. As enfermeiras e a médica ficaram constrangidas, e disseram que são elas que pagam para utilizar o material", completou. Como proposta, Keka disse que aumentará os investimentos na área de saúde e ouvirá as demandas da população.
O senador Izalci Lucas respondeu a pergunta de Paulo Octávio sobre desemprego no DF. Para o empresário, a resposta perpassa pela atração de recursos. "O maior problema é a falta de investimentos no DF. As pessoas acham que Brasília é a Esplanada. Na hora de investir, vão para São Paulo, Rio de Janeiro. Não temos governantes que colocam Brasília com potencial de investimento. O que mais temos é recursos para investir, mas tem que ter segurança jurídica, incentivo. A gente vai trazer investimentos", afirmou.
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Críticas a Ibaneis
O deputado Leandro Grass (PV) aproveitou a oportunidade para criticar a relação do governador Ibaneis Rocha (MDB) com o Flamengo e o Banco de Brasília (BRB). Atualmente, o BRB tem um contrato de patrocínio que prevê um repasse de R$ 32 milhões por ano ao clube. De acordo Grass, Ibaneis estaria utilizando de sua influência para enriquecimento próprio, já que o candidato à reeleição tem duas lojas do time no DF. “A gente sabe que o BRB e o Flamengo têm uma relação estranha e que vai muito além do patrocínio, tem uma questão pessoal com Ibaneis. Realmente é muito estranho que ele utilize essa relação para benefício próprio porque quando tem jogo tem aumento nas vendas, aumenta seu patrimônio”, disse durante seu tempo.