O último bloco do debate do Correio Braziliense serviu de espaço para os candidatos ao governo do Distrito Federal apresentarem propostas e expor o porquê eles devem ser eleitos para o Palácio do Buriti em outubro. O debate foi promovido pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília e exibido na noite desta quinta-feira (18/8).
Os seis candidatos presentes tiveram um minuto e meio para fazer suas considerações finais. Postulante à reeleição, o governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) não compareceu. A primeira a falar foi Keka Bagno (Psol), por ordem de sorteio feito antes do debate. Em seguida, falou Leandro Grass (PV), Paulo Octávio (PSD), Rafael Parente (PSB), Izalci Lucas (PSDB) e por último Leila Barros (PDT).
Responsabilidade Social
Keka Bagno (Psol) foi incisiva ao afirmar que "essa é a eleição mais importante de nossas vidas". A assistente social fez críticas à gestão atual do GDF e frisou que o Distrito Federal não "pode ter novamente um governador mentiroso e incompetente, e que coloca a vida da população em risco", pontuou.
No segundo momento, Keka reforçou o apoio do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência e criticou Ibaneis e Bolsonaro.
Por fim, a candidata falou sobre ser a primeira candidata negra ao GDF. "Sou filha da esquerda, filha dos movimentos sociais, assistente social, trabalhadora da ponta e estou no segundo mandato de conselheira, tendo sido a mais votada no Distrito Federal em 2019. Fui candidata a vice-governadora de Fátima Souza (PSol) nas eleições de 2018, e neste ano, sou a primeira mulher negra candidata ao GDF", ressaltou.
Dignidade ao povo
O deputado Leandro Grass (PV) agradeceu ao Correio pela oportunidade e disse esperar que o governador Ibaneis Rocha (MDB) participe dos próximos debates. Em sua fala, Grass justificou sua candidatura ao GDF por ter tido a oportunidade de conviver com o povo do DF de todas as 33 regiões administrativas do DF e também “nos territórios que estão invisíveis e que são maltratados por esse governo”, como o assentamento Dorothy, durante o seu mandato como deputado distrital. “Foi me conectando com essas pessoas que decidi me candidatar ao governo, para que a gente não seja a capital do atraso, da corrupção, a capital em que o governador diz que as pessoas devem agradecer por estarem na fila do Cras”, disse.
Além disso, Grass disse que, caso o ex-presidente Lula seja eleito para o Planalto, irá buscar recursos federais para o DF. “Nós vamos devolver a dignidade ao povo de Brasília. Essa cidade pode ser referência do país. Conto com o governo federal, que a partir de janeiro, liderado pelo presidente Lula, com as melhores parcerias, trazendo recurso para o DF, gerar emprego e renda, colocar o banco de Brasília a serviço de Brasilia, colocar as secretarias de governo a serviço das pessoas”, ressaltou.
55 metas de governo
Paulo Octávio (PSD) usou do momento de considerações finais para falar da sua história com Brasília. “Sou um filho de Brasília, moro aqui há 60 anos, meu pai foi o primeiro dentista a chegar nesta cidade, e aqui edifiquei, edifiquei uma vida, uma família, me dediquei a esta cidade com muito amor e dedicação”, frisou.
O ex-vice-governador, que já havia dito que se inspira no plano de governo de JK para a criação de Brasília, falou sobre a importância de um candidato ter metas. “Vou lançar na terça-feira às minhas 55 metas, porque entendo que o governante tem que ter metas, objetivos, isso falta ao Brasil”, acentuou ele.
Ao final, Paulo Octávio insistiu que o Distrito Federal precisa de uma pessoa que conheça, tenha investido, tenha gerado emprego na cidade e que tenha amigos em todos os cantos da cidade para poder dizer o que está acontecendo. “Essa sinergia entre a população e o governante é muito importante”, ressaltou.
Transparência e humanidade
Rafael Parente (PSB) utilizou seu tempo para ressaltar o currículo dele. O ex-secretário de Educação do DF é doutor em educação pela Universidade de Nova York, cientista, professor, já passou por governos e já foi CEO de empresas. “Então eu estou pronto. Eu quero fazer com que você tenha vida digna e segura. Quero que você tenha mais retorno pelos impostos que você paga. Eu já comandei a máquina da educação, que tem um orçamento milionário. E eu sei que dá para fazer muito mais, tanto na educação como em outras áreas”, garantiu.
Parente ainda ressaltou suas origens brasilienses. “Eu quero te mostrar que sou transparente, humano e sensível às suas dores. Pesquise sobre mim e sobre o meu passado. Tudo que eu tenho foi graças a essa cidade. Quero devolver a Brasília, sua característica: ser a capital da esperança e das oportunidades”, disse.
Educação de qualidade
Izalci Lucas (PSDB) celebrou a iniciativa e aproveitou para criticar o governador, que não compareceu ao debate."Quero, mais uma vez, parabenizar o Correio. Lamentar, de forma indignada, a ausência de Ibaneis, que deveria estar aqui. Governar é cuidar das pessoas", afirmou.
Em seguida, ele destacou que em seu governo haverá "saúde de qualidade e emprego para todos, principalmente para os jovens. Educação de qualidade é o único instrumento de transformação." O senador ainda destacou todos os caminhos que percorreu por Brasília, desde engraxate, a professor e juiz. "Tudo que eu sou eu devo a essa cidade, por isso entrei na política. Quero devolver Brasília a sua característica, a capital da esperança, da oportunidade. Governar é ouvir as pessoas, se colocar no lugar das pessoas", afirmou.
Pessoas em primeiro lugar
Nas considerações finais, Leila Barros (PDT) falou sobre ser nativa do DF, de ter crescido em Taguatinga e da importância da cidade em sua jornada como atleta.
A ex-jogadora de vôlei relembrou também suas conquistas no esporte e os cargos exercidos como mulher na política. "Eu fiz parte da primeira geração medalhista do voleibol brasileiro. Fui a primeira mulher secretária de esportes e a comandar a pasta do Distrito Federal e hoje estou eleita a primeira senadora, a primeira mulher a sentar em uma cadeira no Senado Federal pelo Distrito Federal e quero ser sim a primeira governadora eleita filha dessa terra", garantiu.
A candidata acrescentou ainda que seu plano de governo é priorizar aqueles que necessitam de uma boa política pública, de uma mobilidade, de uma saúde e de uma educação. "Nós seremos um governo que as pessoas estarão em primeiro lugar, assim como foi a minha trajetória, focar nas pessoas em primeiro lugar", ressaltou.