A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) se posicionou sobre o caso de Lucas Cavalcante, o menino de 10 anos que morreu na madrugada de terça-feira (16/8) após um policial militar causar uma colisão de trânsito na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB). O praça, identificado como Carlos Roberto de Carvalho Neto, apresentava sinais de embriaguez e tinha uma cerveja aberta dentro do carro que dirigia.
No texto encaminhado pela Polícia civil, o delegado Frederico Teixeira, da 27ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo), responsável pelo caso, informou que “embora os fatos (do acidente) tenham ocorrido por volta de 1h, o policial militar envolvido no acidente somente foi apresentado à delegacia às 3h30, sendo a ocorrência confeccionada a partir das 3h33”, detalha.
O delegado acrescenta que, nesse “lapso temporal, a equipe da Polícia Militar, que atendia o local do acidente, somente realizou, às 3h15, o auto de infração pela recusa do envolvido em se submeter ao teste do bafômetro. Ressalta–se que a referida equipe não realizou o auto de constatação de sinais de embriaguez no local”.
A nota da Polícia Civil explica que foi esse o motivo que levou o envolvido a ser encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) “muito tempo depois do fato devido à demora na sua apresentação à delegacia e ausência de auto de constatação”.
O tempo levado para Carlos passar pelo IML foi de cinco horas depois do acidente. Cerca de duas horas e meia até ser conduzido à delegacia e mais o mesmo período de tempo para fazer o exame de alcoolemia.
Questionado sobre o fato, no entanto, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) defendeu que seguiu o protocolo. “Os policiais [...] emitiram o laudo de recusa com base nos sinais físicos de embriaguez do condutor e informaram ao delegado de polícia que solicitou o encaminhamento do motorista ao Instituto Médico Legal. O exame preliminar no IML deu negativo para embriaguez. O teste do bafômetro foi recusado no local do acidente e o tempo para executá-lo no Instituto Médico Legal não é de responsabilidade da Polícia Militar”, disse a corporação.
Carlos Roberto de Carvalho Neto foi afastado das atividades em rua e realocado para a área administrativa. “Ressaltamos que a PMDF cumpriu todos os protocolos no atendimento da ocorrência, utilizando o tempo necessário e atuando de maneira isonômica”, finaliza a corporação.