Eleições 2022

Sem quórum, CLDF tem sessão mais curta, e deputados propõem pacto por votações

Sugestão visa permitir que votação de pautas importantes ocorra em um só dia da semana, para evitar prejuízos às campanhas do candidatos que disputam as eleições e atrasos na tramitação de projetos

O primeiro dia de campanhas partidárias, nesta terça-feira (16/8), ficou marcado pela ausência de deputados na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Sem quórum para prosseguimento da sessão ordinária, parlamentares sugeriram um acordo para dar andamento às pautas mais importantes em só uma sessão da semana, deixando os demais dias livres para os candidatos se dedicarem às candidaturas.

As sessões de votação na CLDF ocorrem de terça a sexta-feira. E, neste ano, 23 dos 24 parlamentares disputam as eleições. A única que não se candidatou, pois anunciou o encerramento da carreira política neste ano, é Arlete Sampaio (PT). Diante da ausência de metade dos distritais nesta terça-feira (16/8), a sugestão surgiu como forma de "ultimato. Como são necessários 13 deputados presentes para votar propostas legislativas, a sessão terminou sem apreciação e projetos.

Candidato a deputado federal, o distrital Reginaldo Veras (PV) cobrou a marcação de "um dia real e concreto" para apreciação das matérias. "Vamos ser verdadeiros e mostrar a realidade. Não dá para virmos terça, quarta e quinta-feira. Tem dia em que há um deputado que abre (a sessão) e outro que fecha. Vamos marcar terça-feira, de fato, para votar. (A gente) faz uma mudança temporal no regimento, para não ficar esse faz de conta de que está tendo sessão", criticou.

Outros parlamentares, como Agaciel Maia (PL) e Arlete Sampaio, concordaram com o entendimento. A sessão, que não chegou a duas horas, teve pedidos de outros distritais pela votação de itens importantes da Ordem do Dia, como mais um projeto de lei que trata das sacolas plásticas.

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Repercussão

A negociação pelo acordo, contudo, não foi bem recebida pelo vice-presidente da Casa, Rodrigo Delmasso (Republicanos). Apesar de entender que o movimento foi proposto para não prejudicar os compromissos de campanha nem a votação de projetos, o distrital considerou a medida "ruim" para a imagem da CLDF.

"O que precisamos é estar aqui nas terças, quartas e quintas-feiras, para deliberar sobre os projetos decididos no Colégio de Líderes. Para fazer a alteração (no regimento), não acho plausível, porque é importante (que) os líderes das bancadas mobilizem os deputados a estarem aqui nos dias de sessão. Estamos no processo de reeleição, mas todos temos obrigações a cumprir", afirmou Delmasso.

Pouco tempo depois, o parlamentar suspendeu a sessão por cinco minutos. Às 16h47, sem quórum para votação das pautas do dia, ele encerrou a reunião, sob críticas de quem aguardava na Galeria da Casa.

*Estagiário sob a supervisão de Jéssica Eufrásio