Vítima do 14º feminicídio de 2022, na quadra 700 do Sol Nascente, Luciana Gomes da Costa, de 34 anos, foi velada e enterrada, na tarde de ontem, no Cemitério de Taguatinga. Aproximadamente 50 pessoas entoaram cantos religiosos e fizeram orações para se despedir da mulher enquanto descia o caixão. Pai de Luciana, o segurança em um hotel de Taguatinga Centro José Basílio da Costa, 59, lamentou a partida dela, e se lembrou do sorriso da filha. "Era uma pessoa alegre, que de vez em quando ligava para mim para ver como estavam as coisas", afirma.
Luciana, mãe de quatro filhos — com idades entre 13, 10 e gêmeos de 2 anos e nove meses —, foi encontrada morta com sinais de violência no rosto dentro apartamento que residia com o namorado. Juntos há três meses, o companheiro, 38, confessou o crime em depoimento realizado na 23ª Delegacia de Polícia (P Sul), na última quarta-feira, após entrar em contradição sobre as informações prestadas.
Delegado-chefe da 23ª DP, Gustavo Farias confirmou que a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) recebeu uma denúncia, inicialmente, de uma morte natural, mas ao chegarem no apartamento, a corporação constatou que a vítima possuía sinais de estrangulamento com um fio. A polícia acredita que o assassino saiu para trabalhar e deixou o corpo da vítima, sem vida, na residência. O investigador afirma que o casal começou uma discussão antes da vítima ser agredida pelo companheiro.
Após retornar, o criminoso entrou em contato com a PCDF e criou um cenário para se livrar da culpa. "Ele tentou armar um teatro para enganar as pessoas e a polícia. Há notícias de que ele era uma pessoa ciumenta, que tentava controlar a rotina dela, e desconfiava da mesma constantemente. Nós escutamos a mãe da Luciana, e ela confirmou que a filha tentava romper o relacionamento", contou Gustavo.
Preso em flagrante, o homem responde por homicídio qualificado pelo feminicídio e emprego de asfixia. Segundo o delegado Gustavo, ele vai passar por audiência de custódia na manhã de hoje, quando a Justiça do DF vai determinar a possível pena do criminoso que pode pegar mais de 30 anos de prisão.
Colaborou Rafaela Martins