O Correio Braziliense iniciou, na segunda-feira (8/8), uma série de entrevistas com os candidatos ao Palácio do Buriti. Convidada pelo CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília — desta quarta-feira (10/8), a conselheira tutelar e candidata ao Governo do Distrito Federal pela federação PSol-Rede, Keka Bagno (PSol), fez críticas ao governo de Ibaneis Rocha (MDB), e citou que o chefe do Executivo local “não tem vergonha”. A frase da assistente social é em referência à convenção do MDB-PP-PL-Patriota, em 31 de julho, quando o governador disse, a apoiadores, que “quem reclama da fila do Cras, tem muito que agradecer”.
Além de entrevistar todos os candidatos, o Correio promove, no dia 18 de agosto, um debate com os postulantes confirmados ao Governo do Distrito Federal. Em conversa com a jornalista Ana Maria Campos, a assistente social, que trará na campanha eleitoral o combate à fome e maior visibilidade na área da assistência social, afirmou que a situação dos Centro de Referência de Assistência Social (Cras) não é culpa dos servidores, e sim ausência de gestão.
“Se temos crianças passando fome, como é que o governador da capital federal faz uma fala dessa? No mínimo não tem vergonha (na cara). É o que a gente tem trazido e com muita serenidade. As filas do Cras estão imensas e a culpa não é dos servidores, não é da política, e sim da falta de gestão. É incompetência de uma gestão que não leva com seriedade pessoas que estão passando fome e precisam de alimentação, inclusive, para ir ao trabalho e para as escolas”, disse Keka.
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Ao justificar a fala, o chefe do Executivo local, pelo Twitter, esclareceu que muitas pessoas estão usando o discurso, durante a convenção, de forma negativa, “e com claras intenções políticas a minha fala sobre as filas nos Cras, feita no calor da nossa grande convenção”. “Mas é preciso lembrar que as filas só existem porque fizemos no DF a maior rede de proteção social do Brasil. As pessoas sabem que oferecemos vários benefícios para quem precisa, mas, para obedecer a lei, é necessário o cadastramento”, disse Ibaneis, em um fio na rede social, publicado na última semana.
Educação, emprego e social
Ao falar sobre a política de geração de empregos e desenvolvimento econômico para o DF, a conselheira disse que a maioria dos desempregados da capital federal são jovens e mulheres. Ela garante que, caso eleita, fará um governo orientado por pautas importantíssimas. Keka disse que, em seu governo, a área social será a pasta mais importante.
“A fome gera violência, a fome gera morte e gera adoecimento. Ela gera a desconstrução da sociedade. Enquanto estamos fazendo essa entrevista, quantas pessoas estão passando fome neste momento?”, questionou. “Se temos filhos ou entes queridos que não queremos que adoeçam por fome, por que a gente não se importa com outras pessoas que estão com dores por causa da fome?”, questionou.
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*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel