Os brasilienses amantes de carros e de velocidade foram presenteados com a 4ª etapa do Campeonato Brasiliense de Drift, que reuniu 28 pilotos de todo o Brasil em momento de adrenalina pura e cheia de velocidade no estacionamento do estádio Mané Garrincha. Vice-campeão da competição, o estudante de direito Tales Luan Raffi, 20 anos, de Tocantins, foi o segundo colocado no evento que reuniu cerca de quatro mil moradores do Distrito Federal no fim de semana. O primeiro lugar ficou, pelo segundo ano consecutivo, com o piloto Vinicius Trindade.
Teles que entrou no esporte há um ano e já é destaque, foi influenciado pelo pai, Jader Daniel Raffi, 40, que também é piloto. "Sempre vi meu pai apaixonado por carros e corridas. Comecei fazendo manobras radicais. No ano passado, fui vice-campeão nacional e hoje estou aqui nos duelos para mais uma conquista", disse Tales.
Mecânico, Jader criou o filho dentro da oficina onde trabalhava e sempre sonhou em passar o drift de geração em geração. Agora, sente-se realizado ao competir com o filho no mesmo campeonato. "Ele é o meu orgulho. Um pai geralmente sonha em passar o futebol para o filho. O meu era esse. Agora está nas mãos dele continuar o legado", falou emocionado.
O terceiro lugar ficou com o morador de Planaltina Gustavo Alan Cavalcante, 23. O jovem entrou para o mundo do drift com apenas 12 anos e hoje dedica todo o seu tempo ao esporte. "Desde os quatro anos, eu já participava de competições com manobras radicais. Fui crescendo, me apaixonando e sempre buscando evoluir para me profissionalizar", contou o jovem.
Para conseguir se dedicar integralmente ao esporte, Gustavinho, como é conhecido, conta com a ajuda de amigos. "A gente não tem muito investimento e nem reconhecimento para o drift. Comecei com carro inferior e, sem patrocínio, fui me aperfeiçoando com o apoio das pessoas."
Investimento
Quase como um balé de carros, o drift tem se popularizado no Brasil como um estilo de competição automobilística capaz de levantar o cheiro de pneu queimado nas pistas. No evento de velocidade, dois carros vão para o circuito, iniciado com 100 pontos. Um vai na frente e o outro o segue para pressionar o máximo possível. Em alguns locais do trajeto, há critérios de avaliação para as manobras. Quem errar menos passa de fase.
Durante a corrida, o operador de caixa Carlos Júnior, 24, vibrava a cada curva dos pilotos. Apaixonado por carros desde a infância, ele aproveitou a primeira corrida que pôde assistir de perto. "Estou adorando. Sempre via em filmes e vídeos na internet. Isso aqui é bem mais emocionante", apontou o morador do Guará, que sente falta de mais eventos como este na capital.
Os campeonatos de drift chegaram ao DF em 2008, com o piloto Gustavo Carvalho, idealizador do Campeonato Brasiliense de Drift. "Aqui não tem muito espaço para o esporte, faltam eventos e eu, como piloto, sinto essa carência", afirmou. A expectativa é de que o evento ganhe visibilidade e na próxima edição consiga apoiadores. "Nós decidimos fazer e estamos aqui na raça. No ano que vem, queremos proporcionar uma estrutura ainda melhor para os visitantes", completou.