O empresário paquistanês Wasim Aftab Malik, 46 anos, que atropelou e matou um motociclista, na madrugada de sexta-feira, deixou o Complexo da Polícia Civil do DF na manhã de ontem. O empresário recebeu liberdade provisória após audiência de custódia, na qual foi determinado o pagamento de uma fiança de R$ 70 mil. Malik é acusado de atropelar e matar o gerente geral de loja Gilvane Cassemiro Pereira, 52, e deixar ferido Gustavo da Silva Santiago, 28, na madrugada do dia 05/08. Ele dirigia alcoolizado e em alta velocidade.
Além do valor, Wasim teve o direito de dirigir suspenso até o final do julgamento, está proibido de deixar o país, precisa se apresentar em juízo sempre que for intimado e tem que manter o endereço residencial atualizado. Por conta da instabilidade no site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), o empresário terá a prerrogativa de pagar a fiança até 12/8.
Despedida
Muita dor e lágrimas na despedida do gerente geral de loja, Gilvane Cassemiro Pereira, 52 anos. Os parentes e amigos enterraram, na tarde de ontem, o corpo do motociclista que morreu após ser atropelado na Avenida Hélio Prates, entre a UPA da região e a Fundação Bradesco, na madrugada de sexta-feira, pelo empresário Wasim Aftab Malik, 46, que dirigia embriagado.
"Não leva o papai. Eu quero o meu pai", pedia a filha mais nova de Gilvane, com 8 anos. Em meio às lágrimas e muito sofrimento, a menina precisou ser amparada por parentes. Além dela, o gerente também era pai de outros seis filhos, já mais velhos, e casado. Gilvane era tido como exemplo por quem o cercava. "Era dedicado em tudo que fazia, ao trabalho, à igreja e aos filhos", comentou o primo da vítima, Virley Silva.
Segundo ele, Gilvane começou como açougueiro e foi subindo de cargo até chegar a gerente geral. Com lágrimas nos olhos, Virley Silva conta que, além da profissão nas lojas, ele era pastor. "Pessoa super do bem, bem-humorado, não fazia mal a ninguém. Todo mundo ama e ama muito, está sendo muito difícil para gente", disse.
A família e os amigos pedem por justiça e para que o empresário não saia impune pela morte de Gilvane. "Do jeito que foi, é doloso, é um assassinato. Quando você pega um carro alcoolizado, você já sabe que tem o risco de matar alguém e de sofrer algum acidente", destaca Virley. O empresário foi autuado e preso após o acidente que também vitimou outro motociclista, o deixando em estado grave.
Uma das filhas mais velhas de Gilvane comentava a ironia do destino. "Uma pessoa que nunca colocou álcool na boca e nunca fumou morre por conta de um cara alcoolizado. É revoltante", se emociona. "Ele era um ótimo pai. Tinha muita saúde e do nada acontece isso", acrescenta em meio à dor da perda.