Conseguir manter o funcionamento de um estabelecimento e, ao mesmo tempo, conquistar um faturamento positivo mensal são preocupações constantes dos empresários brasileiros. Saber equilibrar os dois assuntos é fundamental para o êxito de uma empresa. No Distrito Federal, a Papelaria ABC, localizada no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), tornou-se referência no que diz respeito a uma boa gestão, visto que o negócio mantém as portas abertas há 43 anos, completos em julho deste ano.
Para a ABC, é fundamental que as empresas estejam sempre preparadas, pois é isso que traz o diferencial de um empreendimento de sucesso. No período de alta demanda, por exemplo, a loja possui uma atenção especial que auxilia na consolidação da marca como uma das preferências dos brasilienses na hora das compras.
"Sempre preparamos a loja para esses momentos, demandando espaço físico específico e propiciando facilidade para nossos clientes escolherem os produtos, principalmente no período de volta às aulas. Realizamos também o treinamento dos nossos funcionários visando o auxílio nas informações junto aos nossos clientes", informa José Eustáquio, dono da ABC.
Eustáquio destaca que o segredo da empresa para se manter atuante há mais de quatro décadas em Brasília envolve muito esforço e trabalho em equipe, com funcionários comprometidos com a qualidade de atendimento. Junto a esses diferenciais, a gestão do profissional com os fornecedores e os clientes, de uma forma parceira e transparente, auxiliam no crescimento da papelaria desde 1979.
Considerada uma das empresas mais tradicionais do DF, a ABC investe em tecnologias para atingir o público-alvo e oferecer uma experiência satisfatória para os clientes. "Utilizamos todas as mídias sociais, com postagens específicas; e encartes semanais e mensais com promoções, que são distribuídos por meio de mala direta. Contamos também com envio de e-mails e mensagens no WhatsApp, além de realizar divulgação em rádios e TVs", comenta o empresário sobre suas estratégias de comunicação.
No que diz respeito ao acompanhamento com o ambiente virtual, o cenário das papelarias foi reformulado, e a ABC não ficou por fora. Eustáquio acredita que essa realidade intensificou a necessidade de estar sempre por dentro das tendências que surgem. Esse cuidado do proprietário consolida, cada vez mais, o nome da papelaria na cidade. Porém, ainda que haja grande expertise com relação a sua atuação, a ABC não ficou isenta dos impactos negativos da covid-19. A pandemia atingiu a loja de forma repentina, afetando o funcionamento. Contudo, buscando sobressair à adversidade, a papelaria manteve a operação de todas as formas possíveis e permitidas na época. Depois do período turbulento, o espaço voltou a receber os clientes presencialmente.
No ano passado, o Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório, Papelaria e Livraria do DF (Sindipel) indicou que o setor de artigos de papelaria teve uma perda de 50% no faturamento mensal com a chegada da pandemia. Quando houve o retorno integral dos alunos às redes públicas de ensino do Distrito Federal, em novembro de 2021, o segmento informou sobre a expectativa empresarial de atingir o mesmo patamar de vendas registrado entre 2019 e 2020.
"Devido à pandemia, as escolas acabaram adotando os mesmos livros do ano anterior, e muitos pais e responsáveis não compraram materiais escolares na mesma quantidade em que costumavam comprar antes da crise. Com isso, as papelarias e livrarias não venderam quase nada em 2020 e 2021", explica José Aparecido, presidente do Sindipel.
No período de paralisação geral do comércio, o setor foi amplamente afetado. Posteriormente, mesmo quando as atividades voltaram, muitos estabelecimentos perderam o fluxo de clientes. Neste ano, por outro lado, apesar dos materiais escolares terem registrado uma alta de 10% e 11% por conta da inflação, a procura por esses produtos se intensificou perto do início do ano letivo na capital, o que é avaliado de forma positiva pelos empresários.
Uma das estratégias desenvolvidas para intensificar as compras envolveu o investimento das lojas, no início do ano, em aplicar descontos atrativos para os produtos que sobraram no estoque desde 2020, visto que, com o início da circulação da covid-19 no DF, foi registrado um déficit financeiro. Dessa maneira, além de promover a venda integral desses artigos, os clientes desembolsariam menos nos itens para serem utilizados em escolas, escritórios ou até mesmo em casa.