O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) abriu investigação interna após uma “atividade maliciosa” ter sido detectada no site da Corte, que fez com que o sítio fosse retirado do ar. De acordo com o tribunal, não houve interrupção da jurisdição, que continua a ser prestada pelos desembargadores e juízes.
A atividade maliciosa ocorreu na madrugada de domingo (31/7), no acesso ao datacenter do sistema da Corte. De acordo com o tribunal, as equipes de cibersegurança realizaram contenções de forma que fossem preservados os sistemas judiciais e administração, além de toda a base de dados. Com o sistema fora do ar, foi suspenso o expediente dos servidores, que deve ser retomado quando o sistema for restabelecido.
“A Corte informa, ainda, que os prazos dos processos judiciais e administrativos que devam ter início ou fim, nesta segunda-feira (1º), ficam prorrogados para o primeiro dia útil subsequente”, informou o TJDFT, em nota.
Indícios
A área técnica trabalha para apurar de onde partiu a atividade suspeita no acesso ao datacenter e ao pronto desligamento dos sistemas e do site do TJDFT. Com isso, a Corte não descarta que houve crime cibernético e, caso haja indícios, “a polícia será formalmente acionada”, acrescenta o tribunal.
Saiba Mais
Caso de invasão
No início de março, o grupo de hackers Paraná Cyber Máfia derrubou o site da Secretaria de Saúde (SES-DF). Ao atacar a página, o grupo ironizou a segurança frágil do site. “Quem diria que um plugin desatualizado me daria acesso ao servidor do Governo do Distrito Federal”, afirmou. No Twitter, o grupo zombou d GDF, mandando um “grande abraço”.
“Alguém chama a equipe de TI do TSE para cuidar desse servidor aqui HAHAHAH Com certeza ficará 'inhackeavel'. Achei que era em Brasília que o pessoal levava segurança a sério. Acho que me enganei. Pau no c... de todos os engravatados de Brasília, vão se f... seus vermes parasitas”, dizia a mensagem do ataque da manhã de 1º de março de 2022. O site da secretaria ficou fora do ar, na ocasião.
Ao tomar posse do site, o grupo sugeriu que o GDF chamasse algum TI do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em alusão às tentativas de ataques sofridos no sistema do tribunal no final de 2020. O grupo, no início do mês passado, foi o responsável por derrubar sites ligados ao governo do Rio Grande do Sul e, na época, assumiu a autoria dos ataques.
Em julho deste ano, contudo, o hacker que invadiu o portal foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), coordenada pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), que prendeu o homem em Curitiba.