O Solidariedade Nacional protocolou, na manhã de quinta-feira (25/8), o pedido de expulsão do ex-senador Hélio José, atual presidente do partido no Distrito Federal. Recebido pela Comissão de Ética do partido, o encaminhamento ocorreu após duas candidatas pela sigla no DF terem denunciado o dirigente por assédio sexual.
O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) da Asa Sul. Em nota divulgada nas redes sociais, o diretório nacional comunicou que não compactua com qualquer tipo de violência. Em relato à polícia, duas candidatas afirmam que Hélio José — candidato ao Senado pela chapa do senador Izalci Lucas (PSDB) — teria tentado beijá-la à força, além de ter apalpado as costas e as nádegas de uma das denunciantes durante a gravação do material eleitoral.
“Defendemos e lutamos para que mais mulheres tenham mais representatividade na política e não podemos tolerar atitudes machistas e misóginas como as relatadas no boletim de ocorrência”, diz o partido. “Importante dizer que, há alguns meses, por questões políticas, o sr. Hélio já havia sido destituído de seu cargo”, completa a sigla, em nota.
O caso
As candidatas às câmaras dos Deputados e Legislativa pelo Distrito Federal prestaram queixa na Polícia Civil e o caso foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) da Asa Sul, na quarta-feira (24/8). As integrantes da sigla acusam o ex-senador e presidente regional do Solidariedade, Hélio José, de assédio sexual.
Em relato à polícia, a postulante a deputada federal pelo partido contou que recebeu ligação do assessor do ex-senador na terça-feira (23/8) para falar sobre o material de campanha. Antes do término da ligação, segundo a candidata, o ex-senador teria tomado o telefone do assessor e dito: "Como está deputada? Você é a que promove a alegria dos homens?". Ela relata que respondeu negativamente, mas afirmou ter uma casa noturna que promovia a "alegria de casais". Hélio José teria insistido e qualificado a correligionário como "promotora da alegria de homens".
Além disso, a candidata alegou que, no local de produção do material de campanha, Hélio José teria pedido que só ela e uma segunda postulante à Câmara dos Deputados pelo Solidariedade-DF entrassem na sala de gravação com ele.
Lá, o presidente regional da legenda teria apalpado as costas e as nádegas da denunciante. Em seguida, teria puxado o queixo dela para perto de si e tentado beijá-la. "Quando havia mais gente da coligação, novamente, Hélio disse nos seguintes termos: 'É a deputada aqui quem promove a alegria dos homens'. (A denunciante afirmou) que, novamente, o corrigiu. Todavia, Hélio insistia com as ofensas com o claro intuito de constrangê-la", diz trecho do boletim de ocorrência.
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Reunião
O clima de embate prevalecia na sigla desde que Hélio José anunciou apoio à candidatura de Izalci Lucas (PSDB) para o governo do Distrito Federal, no último domingo (21/8). O acordo previa o lançamento do nome do ex-parlamentar ao Senado pela chapa do tucano. No entanto, antes de o ex-senador assumir a presidência do Solidariedade-DF, a legenda integrava a aliança de partidos em torno da reeleição de Ibaneis Rocha (MDB). Por isso, a decisão gerou críticas de integrantes da sigla.
Na quarta-feira (24/8), antes do registro do boletim de ocorrência, 24 postulantes a cargos eletivos pelo Solidariedade-DF fizeram uma reunião e assinaram um documento que pede destituição do ex-senador da presidência regional do partido. Nesse encontro, uma candidata a deputada distrital tomou conhecimento das acusações contra Hélio José e relatou à denunciante que havia passado por situação semelhante.
O que diz o ex-senador
Ao Correio, o ex-senador afirmou que não foi notificado do pedido de expulsão dele do partido pelo DF, e que está no comando da sigla por decisão do TSE. “A questão é que querem me tirar para que apoiem o Ibaneis Rocha (MDB) na marra, e isso não vai acontecer”, disse.
Sobre o boletim de ocorrência que o acusa de assédio sexual durante a gravação do material de campanha, Hélio José disse que a história é inventada e que espera que o caso seja apurado e devidamente esclarecido. “Essa pessoa (a denunciante) será processada por calúnia e difamação. Em momento nenhum, ninguém ficou sozinho com essas duas mulheres na sala. Esse caso nunca existiu, porque é mentira”, completou.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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