Investigação

Vídeo: Adolescente grávida é agredida por PMs no Riacho Fundo 1

Caso de agressão de policiais contra jovem grávida ocorreu na madrugada dessa segunda-feira (22/8) no Riacho Fundo 1. Em entrevista ao Correio, a jovem detalhou a violência

Darcianne Diogo
postado em 23/08/2022 19:52 / atualizado em 23/08/2022 20:07
Jovem foi levada à DCA e passou por exame no IML -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Jovem foi levada à DCA e passou por exame no IML - (crédito: Material cedido ao Correio)

Uma adolescente de 16 anos, grávida, foi agredida por policiais militares do Distrito Federal durante uma abordagem no Riacho Fundo 1, na madrugada dessa segunda-feira (22/8). A jovem foi abordada pela polícia durante a desmobilização de um evento em que ele foi com a família. Imagens gravadas por testemunhas mostraram as agressões dos PMs.


Grávida de quatro meses, a jovem, que preferiu não se identificar, contou ao Correio que, ela, o marido, o sobrinho e um casal de amigos se preparavam para assistir a um rodeio, quando souberam que o evento, ao lado da Administração Regional da cidade, havia sido cancelado. “Todo mundo ficou indignado e queria o dinheiro de volta”, relata.

Com a frustração, ela disse que o público criava uma espécie de manifesto pelo reembolso e um homem teria balançado e jogado as grades do portão no chão.  Para conter o rapaz, militares, que chegaram em seguida, usaram spray de pimenta. O gás acabou atingindo o rosto da jovem, que estava logo atrás com o sobrinho nos braços. “Fui conversar com o policial até para saber se ele poderia fazer algo para devolver o nosso dinheiro do ingresso. Ele me respondeu de maneira grosseira, gritando de forma bruta e me tratando com falta de respeito”, declarou.

Segundo o relato da adolescente, o policial disse que ela estava exaltada, que havia proferido xingamentos contra ele e a prenderia. Ao questioná-lo sobre o motivo pelo o qual seria detida, o policial teria a abordado de forma violenta e rude. O vídeo mostra a garota de barriga para baixo e sendo mobilizada pelos PMs. “Eles me jogaram no chão e, nessa hora, só pensei que pudesse ter acontecido algo com o meu filho. Fiquei com a cabeça pressionada e todo mundo dizia que estava grávida, mas eles ignoraram”, denuncia.

A jovem recebeu voz de prisão e foi levada à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Com marcas das agressões nos braços e joelhos, ela conta que não pôde sequer calçar as sandálias e chegou descalça à unidade policial. Ela foi liberada após prestar depoimento e passou por exame de corpo delito no Instituto de Medicina Legal (IML).


Íntegra da nota da PMDF


A Polícia Militar realizava policiamento no evento "Circuito do Cerrado de Rodeio", quando o locutor anunciou que não haveria mais o evento. Neste momento, as pessoas começaram a deixar o local, porém, algumas permaneceram em frente à bilheteria.

Essas pessoas começaram a reivindicar o dinheiro de volta e, com a força que empregavam nos portões, acabaram derrubando-o. A PMDF foi ao local, onde havia mulheres e crianças, e restabeleceu a ordem para que ninguém fosse ferido.

A ordem foi desobedecida por algumas pessoas, dentre as pessoas envolvida estava uma jovem. Ela se virou para os policiais e proferiu vários xingamentos (“policialzinho de merda”, “filho da puta”, “corno”, “safado”), entre outros xingamentos com palavras obscenas. Ao mesmo tempo, ela tentou agredir os policiais com socos e pontapés.


Foi dada voz de apreensão à adolescente, onde houve resistência, reagindo com mais golpes de socos, pontapés e xingamentos, sendo necessária a utilização da força para conter a jovem. Para encerrar a situação de tumulto, foi solicitado apoio policial em outras áreas tamanho a dificuldade. A adolescente foi conduzida à DCA.

A Promotoria de Justiça Militar vai requisitar à PMDF que abra investigação sobre a conduta dos policiais envolvidos nessa situação no Riacho Fundo.

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