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Considerações finais no debate com duras críticas à ausência de Ibaneis

Os seis candidatos ao Palácio do Buriti criticaram duramente a ausência do governador Ibaneis Rocha, postulante à reeleição, e expuseram suas metas

Rodrigo Craveiro
postado em 19/08/2022 11:19 / atualizado em 19/08/2022 11:24
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press)

No quarto e último bloco do debate, os candidatos tiveram 1 minuto e 30 segundos para fazer suas considerações finais. Keka Bagno (PSOL) destacou que "essa é a eleição mais importante de nossas vidas, sobre o futuro da democracia em nosso país e sobre o futuro do Distrito Federal". Ela não poupou críticas a Ibaneis Rocha (MDB), o único candidato ausente ontem. "Não podemos, novamente, ter um governador mentiroso, incompetente e que coloca a vida da população em risco, como temos acompanhado nas matérias e nas notícias dos jornais", afirmou. "É muito triste a realidade que a gente vive no Distrito Federal. É com essa responsabilidade social que o PSOL, pela primeira vez, não lança candidatura à Presidência da República, para que a gente possa defender a democracia em nosso país, em torno da candidatura do presidente Lula", acrescentou.

Leandro Grass (PV) convidou Ibaneis Rocha para o próximo debate. "Vamos ver se ele não vai fugir", desafiou. Ao se apresentar ao eleitor, ele contou que, durante os últimos 44 meses, esteve em todas as 33 regiões do Distrito Federal. "Também estive naqueles territórios que estão invisíveis e que são maltratados por esse governo, como o Doroty, Nova Colina, Vila Nova, Santa Luzia, a expansão de Samambaia, Porto Rico, Santa Maria e tantos outros, onde as pessoas não têm água, onde não têm saneamento básico, onde elas não têm comida", relatou. "Foi me conectando com essas pessoas que eu decidi me candidatar ao governo." Segundo Grass, o objetivo de sua candidatura é devolver ao Distrito Federal o status de "capital das oportunidades (...) para que aqui não seja a capital do atraso, da incompetência, da corrupção; a capital em que o governador diz que as pessoas devem agradecer por estarem na fila do CRAS. 

O terceiro candidato sorteado seria o governador e candidato à reeleição Ibaneis Rocha (MDB). Em razão da ausência, a vez ficou com Paulo Octávio (PSD). "Em política muito se fala, muito se promete, e, muitas vezes, pouco se faz. Eu sou um filho de Brasília. Moro aqui há 60 anos. Meu pai foi o primeiro dentista a chegar a essa cidade. Aqui, edifiquei uma vida, uma família, e me dediquei a essa cidade com muito amor", declarou. O empresário disse que resolveu ser candidato ao governo três semanas atrás. "Lancei meu nome com disposição, com vontade, com determinação. Estou pronto para dirigir essa cidade pelos próximos quatro anos", assegurou. Paulo Octávio anunciou que, na próxima terça-feira, lançará suas 55 metas de governo. "Entendo que governante tem que ter projeto, metas, objetivos. Isso falta ao Brasil. Dentro da minha noção de administrar, entendo que é o momento de Brasília ter um bom administrador, um bom gestor, uma pessoa que conheça todos os cantinhos da cidade."

"Eu sou parente e estou aqui para fazer diferente", disse o candidato Rafael Parente (PSB). Doutor em Educação pela Universidade de Nova York, cientista, professor e ex-CEO de empresas, ele afirmou estar "pronto" para governar o DF. "Quero fazer com que você tenha uma vida digna, segura. Quero que você tenha mais retorno pelos impostos que você paga. Eu já comandei a máquina da educação, que tem um orçamento milionário. Sei que dá para fazer muito mais, não só na educação, mas em todas as áreas", comentou. Parente se qualificou como "transparente, humano, sensível" e prometeu "servir, de verdade, à população". "Não vou usar as mesmas práticas de sempre. Pesquisem sobre mim, sobre o meu passado e sobre a minha família. Não tem desafio que a gente não possa ultrapassar. Com planejamento, com gestão, com foco, com união, com perseverança, com fé", acrescentou. 

Por sua vez, o senador Izalci Lucas (PSDB) lamentou, "até de forma indignada", a ausência de Ibaneis Rocha. "Aprendi que governar é cuidar das pessoas. Isso significa ter saúde de qualidade; emprego para todos, principalmente os jovens; uma educação de qualidade", disse. "Tudo o que sou e tudo o que tenho eu devo a essa cidade, por isso, entrei na política", explicou. Izalci contou que foi engraxate, além de funcionário em uma banca de revista na W3, em escola e em banco. Também serviu o Exército, foi professor e atuou como juiz. "Quero devolver Brasília à sua característica, de verdade: a capital da esperança, a capital das oportunidades. Eu conheço, também, cada canto dessa cidade." O senador recordou que, no marco do centenário de Juscelino Kubitschek, em 2011, lançou o Movimento Brasília 100 anos, com planejamento estratégico para os próximos anos. 

Última candidata a fazer as considerações finais, a senadora Leila Barros (PDT) também lamentou a ausência do governador Ibaneis Rocha e se apresentou como filha de Taguatinga e de dois cearenses, um mecânico e uma dona-de-casa. "Cresci aqui em Taguatinga, conheço muito bem essa terra. (...) Fiz parte da primeira geração medalhista do voleibol brasileira, fui a primeira mulher a comandar a pasta de Esportes no Distrito Federal e, hoje, estou eleita a primeira mulher a sentar em uma cadeira do Senado Federal pelo DF. Quero ser, sim, a primeira governadora eleita, filha dessa terra", disse. Leila lamentou o fato de o Distrito Federal ter sido "vampirizado" em "anos de desgoverno" e de pessoas que não se comprometeram com a cidade e, principalmente, com os mais vulneráveis. "Vamos priorizar aqueles que necessitam de uma boa política pública, de mobilidade, de saúde e de educação. Nós seremos um governo em que as pessoas estarão em primeiro lugar", concluiu.

 


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