Trânsito

MPDFT vai pedir investigação sobre acidente que matou criança de 10 anos

Lucas Cavalcante Andrade morreu após acidente de trânsito na EPNB. Criança chegou a ser transportada para hospital, mas não resistiu

Edis Henrique Peres
Rafaela Martins
postado em 18/08/2022 00:30
 (crédito: REPRODUÇÃO)
(crédito: REPRODUÇÃO)

A Promotoria Militar do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) vai requisitar a instauração de investigação preliminar sobre o acidente de trânsito ocorrido na madrugada da última terça-feira (16/9) que matou o garoto de dez anos, Lucas Cavalcante Andrade.

A colisão ocorreu na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) e o motorista do outro carro — que bateu no que Lucas estava — é o policial militar Carlos Roberto de Carvalho Neto, que estava de folga e tinha uma cerveja aberta dentro do veículo que dirigia.

Sob forte comoção, familiares e amigos enterraram o corpo de Lucas nesta quarta-feira (17/8). O menino foi descrito por parentes como estudioso e com o sonho de estudar medicina. O pai do menino, ao chegar na capela 2 do cemitério da Asa Sul, precisou ser consolado por familiares. Aos prantos, ele pedia para ter o filho de volta.

Quando o corpo foi levado para a capela, ele pegou uma sacola com os brinquedos preferidos de Lucas e os colocou no caixão. A imagem, na avaliação do tio da criança, Wilton de Carvalho Souza, 54 anos, ficará marcada para sempre.

Investigação

A família da vítima disse que vai acionar um advogado para o caso. Procurada, a Polícia Militar alegou que seguiu o protocolo. "Os policiais [...] emitiram o laudo de recusa com base nos sinais físicos de embriaguez do condutor e informaram ao delegado de polícia que solicitou o encaminhamento do motorista ao Instituto Médico Legal (IML). O exame preliminar no IML deu negativo para embriaguez. O teste do bafômetro foi recusado no local do acidente e o tempo para executá-lo no Instituto Médico Legal não é de responsabilidade da Polícia Militar", disse a corporação.

No entanto, um agente da Polícia Civil, que não quis se identificar, relatou ao Correio que o exame no IML foi realizado cerca de quatro horas após o acidente, e que o acusado não chegou a fazer teste laboratorial, apenas uma "observação" clínica, no qual se constatou que ele não parecia bêbado. O tio de Lucas, Wilton, confirma as afirmações do agente.

Em nota, a Polícia Civil apresentou novos fatos sobre o ocorrido. Segundo o delegado Frederico Teixeira, da 27ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo), que registrou o flagrante, "embora os fatos (do acidente) tenham ocorrido por volta de 1h, o policial militar envolvido no acidente somente foi apresentado à delegacia às 3h30, sendo a ocorrência confeccionada a partir das 3h33".

O investigador acrescenta que houve um "lapso temporal" no atendimento da polícia. "A equipe da Polícia Militar, que atendia o local do acidente, somente realizou, às 3h15, o auto de infração pela recusa do envolvido em se submeter ao teste do bafômetro. Ressalta-se que a referida equipe não realizou o auto de constatação de sinais de embriaguez no local", destaca. A PCDF conclui que "o envolvido somente foi encaminhado ao IML para exames muito tempo depois do fato devido à demora na sua apresentação à delegacia e ausência de auto de constatação".

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