Em vez de urnas eletrônicas, caixas e cédulas de papel. No lugar da biometria, títulos eleitorais impressos. A primeira vez em que os brasilienses elegeram um representante para o governo do Distrito Federal, em 3 de outubro de 1990, guarda importantes semelhanças com o pleito de 2022: a participação do Correio como guardião atento da participação democrática. Desde então, o primeiro jornal da capital do país realiza debates, a cada eleição, com os candidatos ao Palácio do Buriti. Neste ano, não poderia ser diferente: nesta quinta-feira (18/8), às 20h30, o Correio reunirá sete nomes que disputam o mais alto posto do Distrito Federal.
Os ares de novidade das eleições para o GDF não impedem que os eleitores estejam acostumados a uma tradição — basear a escolha política para os próximos quatro anos nas discussões e nas coberturas jornalísticas promovidas pelo jornal. O programa de hoje será transmitido pelos canais da TV Brasília (6.1 e Net 518) e pelo site e redes sociais do jornal. A edição impressa da sexta-feira (19/8) trará aos assinantes os principais destaques da sabatina. O Correio foi às ruas para saber quais temas são mais relevantes para o morador do DF (confira Povo fala).
Correio nas eleições
Os brasilienses exercem o poder do voto desde 1990. Antes, não havia Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e o governador era indicado diretamente pelo presidente da República. Há 32 anos, o Correio caminha lado a lado da cidadania e traz para os eleitores informação com credibilidade para embasar a escolha nas urnas.
O avanço da tecnologia e o aperfeiçoamento dos métodos eleitorais podem ser acompanhados ao longo das páginas do jornal das últimas três décadas. A capa de 4 de outubro de 1990 estampa os resultados do pleito do dia anterior e destaca, contudo, que os números da boa de urna só seriam confirmados dias depois.
"Na primeira eleição para governador aos 30 anos de Brasília, realizada ontem, Joaquim Roriz teve mais da metade dos votos válidos, o que assegura sua vitória já no primeiro turno, de acordo com as pesquisas de boca de urna de quatro institutos. As mesmas pesquisas revelaram uma surpresa na reta final da campanha: o aumento de mais de 10 pontos percentuais, nos últimos três dias, do candidato do PT, Carlos Saraiva, que superou o candidato do PDT, Maurício Corrêa. Mesmo em segundo lugar, Saraiva ainda alimentava, ontem, esperança de um segundo turno. A expectativa é de que até domingo, o TRE divulgue o resultado oficial das eleições em Brasília, que teve ontem um dia tranquilo", anunciava a página do dia.
Quatro anos depois, o Correio destacava detalhes tensos: "O último dos debates pela televisão entre os candidatos a governador do DF também foi o mais polêmico. Dentro do estúdio da TV Brasília, Valmir Campelo (PTB) e o Coronel Ferreira (PSC), passaram perto da agressão física", apontava matéria de 1º de outubro de 1994.
Nas eleições seguintes, o destaque ficou para as ausências no estúdio da TV Brasília. "O ex-governador Joaquim Roriz mandou avisar que não vai comparecer ao debate promovido pelo Correio Braziliense. A falta não é novidade. Ele não comparece a nenhum debate nesta campanha", mostrava o texto de 27 de setembro de 1998.
Em 2006, o Correio publicou um caderno especial no dia seguinte ao debate promovido pelo jornal, tradição mantida nas eleições de 2010, 2014 e 2018 e que se repetirá neste ano. Na capa de 2010, era possível acompanhar o desenvolvimento das mídias digitais e das redes sociais, com a chamada "TV, Twitter, videochat e rádio: participação ativa do eleitor".
Saiba Mais
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POVO FALA
Thayane Satiro,
28 anos, promotora de vendas, Ceilândia
"Assisto os debates para prestar atenção nas promessas dos candidatos. Porque muitos prometem coisas que não vão cumprir, são bons na hora de falar, mas não realizam o que precisam quando ganham. Para mim, é um momento de escolher quem parece confiável e com compromisso. E eles devem se voltar, principalmente, à saúde, porque essa é a questão mais urgente do DF."
Cleiton Santos,
47 anos, engraxate, Planaltina
"Nesta eleição, os candidatos têm que se voltar nos debates para a questão da economia, que é o principal tema que deve ser discutido, porque é preciso ter mais oportunidade para as pessoas e menor burocracia. Temos pouco emprego, principalmente para o povo de classe mais baixa, que não consegue portas abertas para se inserir no mercado. Outra coisa é ter mais cursos para a gente."
Maria de Lourdes Silva,
59 anos, vigilante, São Sebastião
"Busco ver os debates para saber quais candidatos têm propostas coerentes e objetivas para o governo. A questão da troca de farpas que costuma acontecer, por exemplo, acho uma perda de tempo, o candidato deve se preocupar em falar o que ele vai fazer, não em apontar o outro. E no DF, o que está mais sério é a saúde, é uma vergonha as pessoas sofrerem tanto para receber atendimento."
Abimael Oliveira,
58 anos, teólogo, Setor Militar
"Acompanho os debates para avaliar quais são as boas propostas e decidir qual será o meu candidato, principalmente nesse momento em que é necessário resolver o problema do emprego e abrir mais concursos públicos na capital. Por isso pretendo acompanhar o debate para analisar e ter certeza de quem vai receber o meu voto. Considero que a infraestrutura é outro ponto que deve ser levado em conta."
POVO FALA 2
"Nesta eleição, os candidatos têm que se voltar nos debates para a questão da economia, que é o principal tema que deve ser discutido, porque é preciso ter mais oportunidade para as pessoas e menor burocracia. Temos pouco emprego, principalmente para o povo de classe mais baixa, que não consegue portas abertas para se inserir no mercado. Outra coisa é ter mais cursos para a gente."
Cleiton Santos, 47 anos, engraxate, Planaltina
POVO FALA 3
"Busco ver os debates para saber quais candidatos têm propostas coerentes e objetivas para o governo. A questão da troca de farpas que costuma acontecer, por exemplo, acho uma perda de tempo, o candidato deve se preocupar em falar o que ele vai fazer, não em apontar o outro. E no DF, o que está mais sério é a saúde, é uma vergonha as pessoas sofrerem tanto para receber atendimento."
Maria de Lourdes Silva, 59 anos, vigilante, São Sebastião
POVO FALA 4
"Acompanho os debates para avaliar quais são as boas propostas e decidir qual será o meu candidato, principalmente nesse momento em que é necessário resolver o problema do emprego e abrir mais concursos públicos na capital. Por isso pretendo acompanhar o debate para analisar e ter certeza de quem vai receber o meu voto. Considero que a infraestrutura é outro ponto que deve ser levado em conta."
Abimael Oliveira, 58 anos, teólogo, Setor Militar
Governadores eleitos diretamente pelo voto popular
1990: Joaquim Roriz (PTR)
1994: Cristovam Buarque (PT)
1998: Joaquim Roriz (MDB)
2002: Joaquim Roriz (MDB)
2006: José Roberto Arruda (PL)
2010: Agnelo Queiroz (PT)
2014: Rodrigo Rollemberg (PSB)
2018: Ibaneis Rocha (MDB)