O dono de um badalado bar da Asa Norte está envolvido em uma série de acusações de estupro. Ao menos, seis mulheres denunciaram, na Justiça do Distrito Federal, o empresário Gabriel Ferreira de Mesquita. Os casos ocorreram entre 2015 e 2018 e ganharam visibilidade após uma postagem de uma das denunciantes numa rede social. Com o relato, outras mulheres procuraram a polícia e narraram histórias de violências que teriam sido praticadas por Gabriel Mesquita.
De acordo com os depoimentos, ele convidava as mulheres até a sua casa. Lá, ele oferecia bebidas e as denunciantes contam que, após a ingestão, sentiam torpor e, algumas vezes, perda de consciência.
O Correio conversou com duas das mulheres que decidiram expor a situação. A primeira delas, Joana (nome fictício), relatou que conheceu Mesquita em um aplicativo de relacionamento, em 2017. Eles marcaram de se encontrar na casa dele, que também é barista. Joana conta que, após algumas doses, ficou completamente embriagada.
Naquela noite e no dia seguinte ela narra ter sofrido os abusos, mas Gabriel agia como se estivesse tudo bem.
“Eu demorei um ano para entender que havia sido violentada. Só depois de conversar com amigos meus e fazer terapia que fui entender que aquilo foi uma violência. Durante muito tempo tive nojo do meu próprio corpo e não sabia por quê. A gente fica confusa, sabe? Ele fez sexo anal comigo, eu pedi para ele parar porque eu estava sentindo dor, ele me ignorou e depois ele fez café da manhã pra mim, como se nada tivesse acontecido”, lembra.
Mesmo padrão
Antônia (nome fictício), outra denunciante, narra a tentativa do empresário de forçar relações. Ela diz que estava com Mesquita no bar, quando começou a passar mal e foi levada para o apartamento que ficava em cima do estabelecimento. Depois disso, ela lembra de acordar com ele forçando para que ela fizesse sexo oral nele.
A advogada Manuela Paes Landim, que representa as envolvidas, afirma que o Ministério Público apresentou denúncia contra Gabriel Ferreira de Mesquita por crimes de natureza sexual contra, pelo menos, cinco possíveis vítimas. Os processos estão em diferentes fases de andamento, embora não seja possível obter mais detalhes devido ao sigilo legal imposto a casos que envolvem crimes contra a dignidade sexual.
Procurada, a defesa do empresário disse que se posicionaria por meio de nota. Entretanto, até o fechamento desta edição, a reportagem não recebeu a resposta. O espaço segue aberto para que Gabriel se manifeste.
*Estagiários sob a supervisão de Juliana Oliveira
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