Foi dada a largada para mais um período de campanhas eleitorais. A partir desta terça-feira (16/8), todos os que registraram pedidos de candidatura junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) podem ir às ruas para pedir votos. O prazo para a homologação expirou na noite desta segunda-feira (15/8) e, aqui no Distrito Federal, houve um total de 851 registros no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até à 0h desta terça-feira (16/8). O número é 32,4% menor do que o da eleição de 2018, que foi de 1.258.
Somente considerando os postulantes a deputado distrital, a queda foi de 39,7% — passando de 981 para 591, neste ano. Para o mestre em ciência política e professor de direito eleitoral do Ceub, Alessandro Costa, a alteração ocorrida no Art.10 da Lei nº 9.504, em 2021, é um dos motivos desse decréscimo. O texto estipula que "cada partido poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais no total de até 100% do número de lugares a preencher mais 1".
"Antes, para concorrer a uma das 24 vagas da Câmara Legislativa, cada partido poderia lançar 36 candidatos. Agora, esse número fica em 25", explica Alessandro Costa. "Essa mudança gera, logicamente, maior disputa, inclusive a chamada disputa interna."
Chapas do DF
O advogado eleitoral Fernando Sousa corrobora o que diz o professor do Ceub e acrescenta outra importante modificação: o fim das coligações proporcionais. Segundo o especialista, isso diminui bastante as candidaturas de celebridades, que puxavam os votos e elegiam praticamente desconhecidos. "O candidato a deputado somente poderá disputar o cargo por meio de chapa única dentro do partido ao qual está filiado", esclarece Fernando.
A quantidade de candidatos do DF ainda pode ser alterada. De acordo com o calendário eleitoral, 12 de setembro é o prazo máximo para que todos os pedidos sejam processados, examinados e julgados pelos tribunais eleitorais, ou seja, existe a possibilidade de cassação das candidaturas.
Sobre a quantidade de votos que um candidato precisará ter, em média, para conquistar uma vaga no legislativo, Alessandro Costa destaca que, no caso de candidatos a deputados federal e distrital — por se tratarem de cargos proporcionais — a eleição não vem necessariamente por conta dos votos conquistados pelo postulante, mas sim pelo somatório de votos de cada partido/federação.
O professor do Ceub lembra que, em 2018, houve 1.477.566 de votos válidos para deputado distrital, implicando em um quociente eleitoral — número de votos válidos divididos pelo número de cadeiras em disputa — de 61.565 votos. "Considero que o 'número mágico' a ser alcançado por um partido ou federação, para eleger um deputado distrital, deve ficar entre 65 e 70 mil votos", prevê Costa.
Para conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados, Alessandro calcula um quociente ainda maior. "Os partidos deverão atingir entre 185 até 190 mil votos, levando em consideração o tradicional percentual de cerca de 15% de brancos e nulos", salienta. Em relação ao Senado, o especialista pondera que não é possível fazer uma previsão, já que o voto é majoritário, ou seja, aquele que tiver conseguido mais eleitores, ficará com a vaga.
Troca
Na tarde desta segunda-feira (15/8), a chapa do PDT realizou uma mudança de última hora. O ex-presidente da Câmara Legislativa Joe Valle (PDT) deixa de ser candidato a vice-governador, ao lado de Leila Barros (PDT), e passa a disputar a vaga ao Senado. Para o seu lugar, o partido optou por Guilherme Campelo, também do PDT. Sobrinho do ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) Valmir Campelo, ele concorreu à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) em 2021.
Ao Correio, o novo candidato a vice-governador do DF destaca que a troca foi uma decisão coletiva com o presidente nacional, Carlos Lupi, e o regional, Georges Michel, além do próprio Joe Valle. "Aceitei para virmos juntos (nas eleições), com uma chapa puro-sangue. Colocar o Joe (Valle) como senador é para trazermos uma alternativa que não seja de nomes aliados a Bolsonaro ou Lula. O nome dele já foi testado nas urnas, e ele já presidiu a CLDF", relembra.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso
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Chapas do DF
Unidos pelo DF
Governador: Ibaneis Rocha (MDB)
Vice: Celina Leão (PP)
DF para Todos
Governador: Paulo Octávio (PSD)
Vice: Felipe Belmonte (PSC)
Federação PSDB-Cidadania
Governador: Izalci Lucas (PSDB)
Vice: Beth Cupertino (PRTB)
Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV)
Governador: Leandro Grass (PV)
Vice: Olgamir Amancia (PCdoB)
Federação PSol-Rede
Governadora: Keka Bagno (PSol)
Vice: Toni de Castro (PSol)
PSB
Governador: Rafael Parente (PSB)
Vice: Professora Jana Almeida (PSB)
PDT
Governadora: Leila Barros (PDT)
Vice: Guilherme Campelo (PDT)
Democracia Cristã
Governador: Lucas Salles (DC)
Vice: Pastora Suelene (DC)
PSTU
Governador: Robson Raymundo (PSTU)
Vice: Eduardo Renno Zanata (PSTU)
PCO
Governador: Renan Rosa (PCO)
Vice: Mauro de Sousa Moura (PCO)
PCB
Governador: Teodoro da Cruz (PCB)
Vice: Jamil Magari (PCB)
PTB
Governador: Coronel Moreno (PTB)
Vice: Dr. Luiz Gustavo (PTB)