À QUEIMA-ROUPA

Correio Braziliense
postado em 12/08/2022 00:01

Como podemos avaliar a situação do DF atualmente,
em que há 102 casos positivos de varíola
dos macacos? Vivemos um surto?

É um surto, porque o surto é um aumento de casos fora do esperado. Não tínhamos casos, e só esse surgimento e a elevação de casos, é um surto. Temos de analisar todo esse contexto, tanto do país quanto mundial para verificar qual será a nomenclatura. A OMS (Organização Mundial de Saúde) não declarou como pandemia, mas isso não deixa de ser emergência em saúde pública, porque os casos estão em franca ascensão.

O vírus monkeypox é mais
transmissível que o da covid-19?

Ele é menos transmissível. Até porque, apesar de também ter a transmissão respiratória, (o monkeypox) não se transmite por aerossóis. Ele pode ser transmitido por gotículas, mas temos observado que há um Rt (taxa de transmissão), em todos os locais com casos registrados,
bem mais baixos que o do Sars-CoV-2 (vírus causador da covid-19).

Qual parte do combate ao avanço dos casos de varíola dos macacos cabe ao poder público
e qual parte cabe à população?

Ao poder público, cabe a questão, principalmente, da divulgação dos meios de transmissão, do quadro clínico e do impacto que essa doença pode gerar para cada indivíduo. É muito importante que a população esteja atenta aos meios de transmissão — por gotículas respiratórias e pelo contato direto com lesões cutâneas, mucosas ou fluídos corporais, o que inclui as transmissões pelo beijo e sexual. Temos registros de estudos notando a detecção do vírus monkeypox no sêmen. É preciso que as pessoas entendam que, por ser uma doença transmissível por essas vias, o momento não pede aglomerações, principalmente em ambientes fechados. E que elas estejam atentas ao uso de máscaras, em locais fechados e, também, com aglomeração; à manutenção dos ambientes arejados; à higienização das mãos e de superfícies tocadas por muitas pessoas, como no transporte público, nas salas de aula. (...) Em relação aos indivíduos, é (preciso) se apropriar de (informações sobre) todos esses meios de transmissão, das apresentações clínicas e saber que, se tem dúvida ou apresentou lesão cutânea, deve procurar as unidades de saúde; usar máscara; (vestir) roupas que cubram as lesões; e, se estiver infectado, manter-se isolado.

Confira a entrevista completa em
blogs.correiobraziliense.com.br/eixocapital.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE