É comum vermos os mais diversos objetos e formatos cobertos por crochê, mas um prédio encapado por metros de lã e algodão é quase inacreditável. "Uma loucura" — é assim que Katia Ferreira, fundadora da ONG Instituto Proeza, define o projeto de cobrir um edifício de cinco andares com crochê. Há dois anos, as artesãs da organização se dedicam à arte no intuito de revestirem a estrutura do instituto até 12 de setembro, Dia Mundial do Crochê. Com a iniciativa, a entidade pretende entrar para o Guinness Book, o famoso livro dos recordes.
Com ajuda de pessoas de todo o Brasil, 93 crocheteiras fixas teceram quilômetros usando a técnica. "O crochê ganhou nosso coração e, agora, com ele, nós vamos ganhar o mundo", comemora Katia. "Já fizeram exposições com salas, paredes, estandes de crochê, mas nunca uma estrutura funcional que esteja coberta por crochê. Quando iniciei o projeto, vi árvores, praças, mas ninguém que tivesse coberto uma casa, um prédio", afirma a fundadora.
Segundo Katia, a ideia surgiu da vontade de realizar algo diferente e disruptivo, na intenção de proporcionar às pessoas que fazem parte do instituto e aos visitantes uma experiência mágica e única. "O nosso prédio é uma instalação de arte e, quando a gente fala de arte, tem uma satisfação diferente em realizar propostas inovadores", avalia. Além da parte exterior do prédio, os objetos que permeiam o interior do edifício são cobertos por crochê.
Foi durante o período de isolamento social que a relação da ONG com o mundo desta arte manual se estreitou. "Nós começamos a pensar em alternativas de renda para mulheres que estavam sofrendo com o desemprego em massa. Assim, tivemos a ideia de encapar o prédio de crochê, aproveitando que estávamos todos voltados a ficar em casa", relembra. "Todos temos memórias afetivas muito ligadas ao crochê, porque todo mundo tem uma tia ou alguém da família que faz, então, a gente partiu disso", pontua. Na família de Katia, a técnica foi transmitida de avó para filhos e netos.
Devido à grandiosidade do projeto, os primeiros meses foram desafiadores para as participantes. "No começo, foi bem difícil realizá-lo, as pessoas faziam muita graça. Hoje, elas acham que é lindo, vêm nos visitar do Brasil inteiro. Estamos tendo essa adesão nacional e acabamos construindo uma comunidade de pessoas maravilhosas que estão nos ajudando nessa missão", revela. "Muitas pessoas começaram por necessidade de renda, mas nós acabamos nos tornando uma grande família que, além de fazer crochê, ri e chora junto, compartilhando alegrias e dores", conta.
Os interessados em participar voluntariamente são convidados a bordar corações de crochê de diferentes tipos de fios e cores diretamente nas próprias casas e enviarem para a sede do instituto. "Quando a gente fala de crochê, a gente fala de textura, então, nós trabalhamos com texturas diferentes, fios importados, fios nacionais, de todos os tipos", explica Katia.
Igualdade de gênero
Desde 2003, a ONG Instituto Proeza trabalha com o público feminino. A instituição tem como objetivo promover a igualdade de gênero por meio de iniciativas comunitárias e da educação de meninas e mulheres, contribuindo para a defesa e a promoção da vida de crianças, jovens e adultos por meio de processos de construção de autonomia e elevação do nível de educação.
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