O prazo para realização das convenções partidárias terminou na última sexta-feira com o registro de 10 candidaturas ao Governo do Distrito Federal e até agora seis para o Senado. A oito semanas da eleição, ainda há chapas incompletas e indefinições. O prazo para a inscrição completa dos candidatos é 15 de agosto. Por isso, a semana promete ainda muitas negociações.
Até o momento, estão no páreo para o Palácio do Buriti o governador Ibaneis Rocha (MDB), o ex-vice-governador e ex-senador Paulo Octávio (PSD), o deputado distrital Leandro Grass (PV), da federação PT-PV-PCdoB, o senador Izalci Lucas (PSDB), a senadora Leila Barros (PDT), a assistente social Keka Bagno (PSol), da federação PSol-Rede, o especialista em educação Rafael Parente (PSB), o professor Lucas Salles (DC), o professor Robson Raymundo (PSTU), o servidor público Renan Rosa (PCO) e Teodoro da Cruz (PCB).
Um dos que precisa definir a chapa é Izalci. O senador lançou ontem a candidatura em evento em Ceilândia, mas ainda não tem vice nem candidato ao Senado. O tucano que passou meses em embates com a deputada Paula Belmonte (Cidadania) na federação PSDB-Cidadania está, por ora, em voo solo. Depois que o União Brasil decidiu se aliar ao Republicanos em chapa avulsa com a candidatura da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves na disputa ao Senado, Izalci buscava uma aliança com o Novo.
O Novo era parceiro da pré-candidatura do senador José Antônio Reguffe ao Palácio do Buriti, com a indicação do advogado Paulo Roque na corrida ao Senado. Mas o partido decidiu não se coligar com nenhuma legenda que tenha judicializado as questões internas, como é o caso do PSDB e Cidadania. Roque deve agora concorrer a um mandato de deputado federal, como aposta do Novo no Distrito Federal.
O empresário Paulo Octávio tem buscado aliados. Ontem ele se reuniu com partidos e montou a frente com o PSC, que indicou o presidente regional, Felipe Belmonte como vice na chapa, PRTB, Podemos, PTB e Pros. O Podemos, antigo partido de Reguffe, topou uma aliança porque Paulo Octávio se comprometeu com bandeiras do senador, como isenção de impostos em medicamentos e mutirão de cirurgias. "Fiz o compromisso e vou cumprir", diz Paulo Octávio.
Entre todos que se inscreveram para a disputa ao Buriti, o governador Ibaneis Rocha conseguiu a maior frente de partidos aliados. Ele tem o MDB, PP, PL, Agir, Patriota e Solidariedade. Também conta com o apoio informal da coligação formada pelo Republicanos e União Brasil. Sem contar que essa costura política possibilitou que Ibaneis tirasse Reguffe do páreo, um dos candidatos mais competitivos da eleição.
Com a saída de Reguffe, os candidatos do campo da centro-esquerda vão buscar a participação dele em suas campanhas. Rafael Parente, que chegou a ser cotado como vice na chapa de Reguffe, disse que vai buscar essa ajuda. "Quero fazer justiça pelo que fizeram com Reguffe ao tirá-lo da campanha e levar o legado dele para o meu governo, caso eu seja eleito", afirma Parente. Mas o senador ainda não pensa em rumos para a campanha. A princípio, ajudará seus candidatos a cargos proporcionais e tomará uma decisão sobre apoios apenas no segundo turno.
A senadora Leila Barros também vai buscar esse cabo eleitoral. O vice da pedetista, o ex-presidente da Câmara Legislativa Joe Valle (PDT), também chegou a ser cotado para assumir um posto na chapa que Reguffe montava para concorrer ao governo. O União Brasil, no entanto, não deu liberdade para essas escolhas. O certo é que Reguffe não estará com Ibaneis.
Leandro Grass e Keka Bagno também farão campanha com discurso de oposição ao atual governo. Candidato da base do ex-presidente Lula, Grass que ainda é pouco conhecido no Distrito Federal espera crescer em popularidade no palanque do petista.
Senado
Na disputa ao Senado, por enquanto, há muitas dúvidas. A deputada Flávia Arruda (PL-DF) é a candidata da coligação de Ibaneis. Ela terá um embate duro na base bolsonarista com Damares e também enfrentará uma disputa entre os votos evangélicos, base do partido da ex-ministra, o Republicanos. Mas Flavia tem um aliado importante, o líder da bancada evangélica na Câmara, deputado Pastor Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que é do partido de Flávia Arruda.
Esse embate pode favorecer o crescimento de uma candidatura de oposição ao presidente Jair Bolsonaro e a Ibaneis, como a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) Rosilene Corrêa (PT). Ela também terá o apoio de Lula e representa na disputa ao Senado a candidatura anti-Bolsonaro.
Entre os candidatos ao governo que não têm nomes para o Senado, estão Izalci, Leila e Rafael Parente. Paulo Octávio ainda estuda quem vai registrar. Um dos possíveis concorrentes é o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) Carlos Divino.
Coligações
PV-PT-PCdoB (Federação)
Governador: LEANDRO GRASS (PV)
Vice: OLGAMIR AMANCIA (PCdoB)
Senadora: ROSILENE CORRÊA (PT)
PSD
Governador: PAULO OCTÁVIO
Vice: LUIZ FELIPE BELMONTE (PSC)
Senador: CARLOS DIVINO
(A confirmar)
PP-MDB-PL-AGIR--PATRIOTASOLIDARIEDADE
(Coligação)
Governador: IBANEIS ROCHA (MDB)
Vice: CELINA LEÃO (PP)
Senadora: FLÁVIA ARRUDA (PL)
PSB
Governador: RAFAEL PARENTE
Vice: PROFESSORA JANA ALMEIDA
Senador(a): -
PDT
Governadora: LEILA BARROS
Vice: JOE DO VALLE
Senador(a): A definir
PSDB-CIDADANIA
Governador: IZALCI LUCAS (PSDB)
Vice: A definir
Senador(a): A definir
PSOL-REDE
Governadora: KEKA BAGNO (PSOL)
Vice: TONI DE CASTRO (PSOL)
Senador: PEDRO IVO (REDE)
REPUBLICANOS-UNIÃO BRASIL
(chapa)
Governador(a): -
Vice: -
Senadora: DAMARES ALVES
DEMOCRACIA CRISTÃ
Governador: LUCAS SALLES
Vice: SUELENE BALDUINO
Senador(a): A defiinir
PSTU
Governador: ROBSON RAYMUNDO
Vice: EDUARDO RENNÓ ZANATA
Senadora: ELCIMARA AUGUSTO
PCO
Governador: RENAN ROSA
Vice: MAURO SOUSA DE MOURA
Senador: EXPEDITO CARNEIRO
DE MENDONÇA
PCB
Governador: TEODORO DA CRUZ TÉO
Vice: JAMIL MAGARI
Senador: -
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