Em um curto período de tempo, os casos de varíola dos macacos aumentaram significativamente no Distrito Federal. Pouco mais de 30 dias após a primeira confirmação, a Secretaria de Saúde (SES-DF) confirmou 38 pacientes com a doença e investiga outras 97 notificações. Para André Bon, infectologista do Hospital Brasília, esses registros podem subir ainda mais. "Observando o que aconteceu no Brasil, começamos com um número muito baixo. E, em poucas semanas, fomos para mais de 1,7 mil. No DF, também houve um aumento exponencial", analisou o especialista.
Em entrevista à jornalista Carmen Souza, no programa CB.Saúde — parceria do Correio com a TV Brasília —, o médico acrescentou que, com o início da testagem para a doença no Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen), a tendência é de que os registros disparem. "Hoje, esse teste é feito em outro estado (no Rio de Janeiro), então, existe uma diferença grande entre o tempo da coleta (do material biológico) e o momento (de divulgação) do resultado. Os casos de que sabemos atualmente no DF aconteceram há uma ou duas semanas. Podemos esperar que, a partir de agora, a atualização dos dados ocorra com mais rapidez. E isso dará impressão de aumento (repentino) do número de diagnósticos", justificou.
Em termos de letalidade, gravidade dos sintomas e velocidade de transmissão, André Bon comentou que a varíola dos macacos "não é uma nova covid-19". No entanto, também exige cuidados. "Teremos um aumento no número de casos, necessidade de orientar a população e de tomar cuidado em relação à transmissão, mas a expectativa de que seja como a covid-19 é irreal", comparou o infectologista.
Quanto aos sinais da doença, o médico comentou que a varíola dos macacos tem apresentado comportamentos diferentes à medida que avança para outros países. Imagens que circulavam à época em que o vírus monkeypox começava a se espalhar, mostravam grandes lesões pelo corpo dos pacientes. Agora, contudo, elas aparecem de maneira mais sutil e sem muitas feridas. "São como pequenas foliculites (infecção na pele). Podem passar até como uma espinha para outras pessoas", completou André.
Em relação às formas de transmissão, as principais formas são por contato com: superfícies contaminadas, lesões ou gotículas das vias aéreas de indivíduos infectados.
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