Inverno escaldante

Com altas temperaturas e baixa umidade, o DF sofre

Um incêndio de grandes proporções, em área de Santa Maria, despontou em meio aos registros da mais alta temperatura e da menor porcentagem de umidade do ar no inverno do DF

Ricardo Daehn
postado em 01/08/2022 00:01
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

O registro do dia mais seco e quente desde o início do inverno, em 21 de junho, acirrou, ontem, a ocorrência de focos de incêndio pelo cerrado. A umidade do ar ficou em 18%, no momento mais crítico, por volta das 15h, e a temperatura acompanhou o estado de alerta, sinalizado pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), tendo atingido o pico de 29,1ºC.

Um incêndio de grandes proporções atingiu a vegetação do cerrado, perto da BR-040, numa localidade denominada área Alfa da Marinha (região de Santa Maria). Houve aumento na velocidade da propagação das chamas decorrente da baixa umidade e das condições da vegetação, que se encontra desidratada. Além disso a incidência de vento forte piorou a devastação.

Integrantes do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal atuaram pelo menos por dez horas no controle da ocorrência atendida desde as 10h40 de ontem. Como sinalizou a grande produção de fumaça, a extensão do incêndio trouxe muito prejuízo para o cerrado. O serviço de informações dos bombeiros ressaltou que não houve vítimas. Estão previstos para hoje levantamentos relativos à área queimada e a constatação de fatalidades ou ferimentos de animais. As causas do incêndio serão conhecidas por meio de futura perícia.

As instalações da marinha foram resguardadas. Uma dezena de viaturas foi empregada na ação que mobilizou 50 militares. A operação de combate ao incêndio e de rescaldo foi pontuada por um sobrevoo de reconhecimento com aeronave. O combate ao fogo se deu com água, abafadores e sopradores.

Dias quentes

"A semana tende a seguir o domínio da massa de ar continental, com características seca e sem a formação de nuvens", adianta Cleber Souza. O DF já amarga 85 dias sem ocorrência de chuvas. "A conjuntura favorece o número de focos de queimadas", comenta. Na variação, o domingo trouxe temperatura mínima de 13,4ºC e, no momento mais úmido, a medição acusou 75%. O pior agosto para o DF, entretanto, segue sendo o de 2011, quando a umidade atingiu 10%.

A tendência é a da estabilidade de cenário. Mas, há expectativas de abradamento na temperatura com aumento da umidade. Hoje, a temperatura máxima deve chegar a 28ºC, enquanto a umidade do ar se encaminha para os 25%. A temperatura mínima prevista é de 11ºC.

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