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Comércio está otimista com o aumento das vendas para o Dia dos Pais

A expectativa é de que a data injete R$ 245 milhões na economia do Distrito Federal. O Sindivarejista espera incremento de 14% nas vendas. Já a Fecomércio aposta em um crescimento ainda maior, de 21,5%

O Dia dos Pais promete movimentar a economia do Distrito Federal. É a primeira data comemorativa do segundo semestre e a quarta melhor para o comércio — ficando atrás apenas do Dia das Mães, do Natal e do Dia dos Namorados. Este ano, a expectativa é de que o período injete R$ 245 milhões na economia local — 16,6% a mais do que no ano passado, que teve incremento de R$ 210 milhões. 

Um levantamento feito pelo Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista) aponta que as vendas para o dia 14 de agosto devem subir 14% contra os 11% registrados no mesmo período do ano passado. A entidade relaciona a boa perspectiva à flexibilização de medidas restritivas, em razão da pandemia, que mudaram o cenário do setor. Nos dias das mães e dos namorados, o consumidor voltou às lojas. As vendas cresceram em média 12% em relação a 2021, quando o comércio já se recuperava do ano anterior.

O economista e professor de Especialização em Mercado Financeiro na Universidade de Brasília (UnB) César Bergo concorda com a análise do Sindivarejista. "A atividade comercial vem crescendo mês a mês e apresentando bons resultados. E essas datas vão pontuando a melhoria desse setor tão importante para economia brasiliense", aponta o especialista.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF) tem um prognóstico ainda mais otimista. De acordo com pesquisa realizada pela instituição, o Dia dos Pais deve gerar um aumento de 21,5% nas vendas em relação a 2022.

Para as lojas masculinas, a data é tida como o "segundo Natal". Na Via Veneto do Taguatinga Shopping, onde Nélio Rodrigo, 46 anos, é gerente, a expectativa está alta entre os vendedores. "Esse ano, esperamos na loja um crescimento de 15% a 20% em comparação a 2021. A gente está vindo de uma crescente, o pessoal está voltando a trabalhar e o comércio está aquecendo", afirma Nélio.

Estratégia

O economista César Bergo avalia que os dois primeiros anos de pandemia acabaram afetando não só o consumo, mas também os hábitos das pessoas. Com isso, desenvolveu-se o comércio delivery e o e-commerce, as pessoas passaram a fazer suas compras na internet, inclusive para ocasiões especiais. No entanto, o Dia das Mães mostrou uma diferença no comportamento do consumidor, que optou mais pela compra presencial. "Comprando presencialmente, o consumidor está vendo o produto, sentindo. O que eu observo é que as pessoas estão agora com a necessidade tech a tech, do presencial, do bom atendimento, de um aconselhamento para a compra, o que você não encontra on-line."

Saiba Mais

De acordo com o levantamento da Fecomércio, as lojas físicas de shopping e de rua/bairro serão os locais mais procurados para a compra do presente, somando juntas, mais de 65%. "O que nós podemos observar in loco é uma tendência de as pessoas optarem pelos shoppings para as compras. No shopping a pessoa une o lazer à compra. E eu tenho visto isso crescendo de maneira geral aqui em Brasília. Os números estão refletindo isso", completa César Bergo.

Na loja O'Boticário, onde Rosângela Pereira de Siqueira, 26, é vendedora, a estratégia para levar o cliente à instalação física é o investimento na propaganda e a comunicação pessoal com os consumidores. "A gente tem o aplicativo de mensagem, estamos sempre em contato direto com o cliente, realizamos campanhas nas redes sociais e promoções. Vamos ver, nos próximos dias, mas estamos bem otimistas quanto a esse aumento. A expectativa é de que as vendas sejam de 20% a 30% maiores do que no ano passado", comemora Rosa.

A gerente de marketing do Taguatinga Shopping, Maíra Garcia, avalia que os consumidores estão mais confiantes para saírem de casa e irem às compras. Com o avanço da vacinação, a expectativa é de que as vendas aumentem 20% e o fluxo no empreendimento atinja 15%, em relação a 2019, último Dia dos Pais antes da covid-19. Para atrair público, o shopping investiu em promoções e sorteios. "Dessa vez a gente está sorteando 100 jantares no Coco Bambu, que é uma operação nova aqui. Vamos sortear um número grande de pessoas, o que estimula também, ao invés de ser um prêmio só. Então, a cada R$ 400 em compras, a pessoa ganha um vinho e concorre a um jantar, o que tem tudo a ver com os pais", aponta Maíra.

Intenção de compra

Segundo a Fecomércio, os consumidores pretendem gastar em média R$ 192,10 — valor 49,4% mais alto que em 2021, R$ 128,58. Os produtos mais escolhidos para presentear foram calçados/acessórios (31,2%), cosméticos e perfumes (19,1%) e vestuário e acessórios (9,9%).

Presentes mais procurados
Calçados e acessórios: 31,2%
Cosméticos/perfumes: 19,1%
Vestuário e acessórios: 9,9%
Artigos para presentes/
souvenirs: 9,6%
Eletrônicos: 7,2%
Livros/Artigos de papelaria: 7%
Tortas/doces/bombons: 5,2%
Produtos culturais: 4%
Jóias/semi jóias/bijuterias: 3,4%
Café da manhã: 3,2%
Jogos: 0,2%
Fonte: Fecomércio-DF

Locais escolhidos para compra
» Lojas de shopping: 35,8%
» Lojas de rua/bairro: 30,1%
» Camelôs/feira: 20,7%
» Internet: 9,4%
» Lojas de departamento: 4%
Fonte: Fecomércio-DF